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Frustração recente com indicadores domésticos não impede PIB de 2,5% em 2020

Por José Pena
Atualização:
José Pena. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Sem surpresas de última hora, a chamada Fase 1 do acordo comercial entre EUA e China foi assinada na última quarta-feira. De um lado, a China se compromete com uma maior abertura de seu mercado financeiro às empresas americanas, com o reforço da proteção da propriedade intelectual e com o aumento das importações de bens norte-americanos, notadamente agropecuários. Já os EUA não promoverão novas elevações de tarifas. Porém, a redução daquelas impostas até agora somente virá numa fase seguinte de negociações, o que dificilmente ocorrerá antes do final deste ano. Se está longe de resolver as questões mais delicadas que norteiam a disputam entre as duas economias, esta primeira fase do acordo pode representar um armistício mais que bem-vindo por toda a economia mundial.

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Além do acordo, indicadores de atividade referentes a dezembro, também divulgados nesta última semana, ajudaram a renovar o apetite por risco nos mercados globais. Na China, o destaque ficou por conta da produção industrial, que mostrou elevação bem superior à mediana das expectativas. Nos EUA, a surpresa positiva veio das vendas do varejo. Nos dois casos, o sinal é o mesmo: o pior momento da economia global no passado recente parece ficar para trás, o que sem dúvida melhora o humor dos mercados ao redor do mundo.

Brasil

A retomada do crescimento econômico doméstico é inequívoca, mas está longe de garantir uma expansão linear e ininterrupta ao longo dos meses. Por isso, surpresas positivas em relação às expectativas serão intercaladas com uma certa frustração em alguns meses. Por isso, a decepção com os resultados recentes da atividade industrial e das vendas do varejo (referentes a novembro) deve ser vista com cautela. Talvez esses resultados sirvam para conter um otimismo talvez exagerado quanto ao espaço de crescimento no curto prazo.

Entretanto, (i) a melhora do mercado de trabalho, (ii) a maior confiança de consumidores e empresários, (iii) a continuidade da expansão do crédito e (iv) um cenário externo menos adverso mantêm viva a expectativa de que o PIB crescerá cerca de 2,5% neste ano.

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Fique de olho

No exterior, os destaques da semana que se inicia serão a decisão de política monetária do Banco Central Europeu e a rodada preliminar dos PMIs de janeiro. Domesticamente, o IBGE divulga o IPCA-15 de janeiro (5ª-feira), quando poderemos avaliar se o choque de preços das carnes do final de 2019 se espalhou para outros componentes do indicador de inflação.

*José Pena é economista-chefe da Porto Seguro Investimentos

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