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Fraudes e crimes virtuais. Como prevenir?

Por Marcos Assi
Atualização:
Marcos Assi. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Para começar vamos apresentar alguns números em relação a fraudes e crimes virtuais ocorridos. Segundo pesquisa feita em 20 países pela Norton Symantec, empresa de soluções de segurança na internet, somente no Brasil foram 62 milhões de consumidores vítimas destes crimes virtuais somente em 2017, gerando um prejuízo em torno de R$ 22 bilhões.

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Em nosso país, podemos identificar vários tipos de ataques, sendo os mais comuns por dispositivos infectados por vírus, fraudes no cartão de crédito, senhas pessoais comprometidas, como no caso de e-mails ou redes sociais, vazamentos de informações confidenciais e fraudes em compras online.

Quando falamos em compras online, geralmente a maioria dos consumidores são inocentes demais em acreditar em anúncios com milagres de preços baixos com ofertas relâmpagos, proporcionando uma possibilidade de levar vantagem, mas quando percebem, são incluídos nos números de estatísticas de pessoas fraudadas na internet.

Por mais que a mídia avise, por mais que orientemos as pessoas, ainda ocorrem na internet as fraudes e os crimes virtuais, pois esses criminosos se fazem passar por outras empresas ou instituições para aplicar golpes.

Um dos crimes virtuais mais comuns é justamente o furto de identidade, onde os hackers invadem nossas contas de e-mail e até mesmo nossas mídias sociais e começam a enviar mensagens aos nossos amigos e familiares pedindo dinheiro emprestado, se passando pela gente.

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Muitos outros utilizam o método de pescar nossos dados, o tão falado phishing, que integra a lista dos principais crimes virtuais utilizados ultimamente, onde os fraudadores se passam por instituições e empresas reconhecidas no mercado e enviam supostos comunicados oficiais para o nosso e-mail com promoções sensacionais, e as pessoas acreditam e pensam estar obtendo uma baita oportunidade, mas depois vem o desespero.

Quando os fraudadores utilizam o método do envio de e-mails falsos, vale salientar que são devidamente arquitetados para justamente chamar nossa atenção, com alguns alertas urgentes do banco quem nem temos contas às vezes, sobre contas correntes em aberto, confirmações de compra em lojas online, fotos e boatos envolvendo personalidades, consultas à restituição do Imposto de Renda, solicitações de recadastramento de e-mail, e assim por diante.

Importante informar que esses e-mails contêm links que direcionam para alguns sites falsos ou, quando clicamos, sem perceber instalamos certos programas maliciosos em nosso computador, para obtenção de informações e senhas de acesso de bancos, boletos bancários, cartões, entre outras informações.

As questões de boataria também afetam nossos equipamentos, são os chamados de hoax, onde este boato cibernético apresenta uma mensagem alarmante, com algum conteúdo falso, que se propaga muito rápido pelas mídias sociais, pelos e-mails e principalmente em grupos de WhatsApp. Afinal, nossa inocência tecnológica ajuda muito a espalhar esses boatos que, em geral, são para denigrir pessoas, instituições, empresas, governos e corporações com mentiras e alegações infundadas e às vezes com as "fake news".

E por que não falar dos crimes virtuais que atingem o coração das pessoas carentes? Onde os golpistas com seus perfis falsos em alguns sites de relacionamento ou em mídias sociais, como o próprio Facebook, iniciam conversas envolventes que evoluem para romances virtuais com suas vítimas, sejam elas quem for.

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Estes scammers se passam por estrangeiros e com o passar do tempo avançam no relacionamento, e solicitam dinheiro emprestado à sua "amada" para a compra da passagem para o Brasil, para que possam se encontrar e ficar juntos, onde acontecem casos de pessoas que transferem milhares de reais aos amados virtuais. Esta fraude já se tornou tão comum, que até o Fantástico apresentou matérias sobre o assunto, onde existiam algumas mulheres que eram vítimas deste tipo de golpe, e que se uniram para criar um exército virtual para caçar os tais scammers.

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Para que possamos nos proteger dos crimes virtuais devemos tomar alguns cuidados bem básicos tais como: Nunca clicar em links desconhecidos; Sempre certificar-se que está navegando em sites seguros; restringir nossos dados em perfis sociais, por meio dos mecanismos de privacidade; e trocar senhas das contas de e-mail e mídias sociais regularmente.

Um dos riscos de ter as contas das redes sociais invadidas, esta suportada pelo hábito do brasileiro em usar a mesma senha em vários sites, aplicativos, jogos e programas. Segundo a pesquisa da Norton, cerca de 25% das vítimas de ataques cibernéticos no país usaram a mesma senha online em todas as contas e acreditem se quiser, 65% dos entrevistados compartilharam a mesma senha para um dispositivo ou conta com outra pessoa.

Nesta mesma pesquisa da Norton, aponta que somente no ano passado 978 milhões de consumidores foram atingidos por crimes cibernéticos, com prejuízo total de US$ 172 bilhões. Segundo empresas especializadas, as lojas virtuais brasileiras sofreram uma tentativa de fraude a cada cinco segundos no ano 2017.

O cartão de crédito clonado ainda é o principal tipo de golpe sofrido pelas lojas do e-commerce em nosso país, importante salientar que nem sempre a tentativa se concretiza, afinal, muitas das empresas de cartões investiram muito em sistemas de prevenção a fraudes, ou em certos casos os valores são estornados pela operadora do cartão.

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Outra preocupação são os ransonwares, um tipo de vírus desenvolvido por hackers que sequestram informações e cobram resgate por elas, que afetaram milhares de computadores em 2017 e serão o grande desafio dos setores de TI das empresas em 2018, pois a maioria dos equipamentos das pequenas e médias empresas estão compostas por servidores na nuvem ou computadores sem proteção alguma nas suas empresas.

Portanto, vale a pena investir em antivírus completo, nada de antivírus grátis, programas de proteção de dados, computação na nuvem em empresas de sua confiança, implementar processos de segurança da informação para sua casa, assim como nos equipamentos para sua empresa.

*Professor e consultor da Massi Consultoria e Treinamento. Autor dos livros Controles Internos e Cultura Organizacional, Gestão de Riscos com Controles Internos, Gestão de Compliance e seus desafios e Governança, riscos e Compliance - Mudando a conduta nos negócios

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