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Força-tarefa monitora 'acordo' entre políticos e empresas em ofensiva do Congresso

Proposta de projetos de lei, como o que altera Lei Anticorrupção, Lei de Abuso de Autoridade, são vistos como reação para frear avanço da Lava Jato, que deve entrar em nova fase com finalização de acordo de delação de executivos da Odebrecht

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Por Ricardo Brandt , Fausto Macedo , Julia Affonso e enviado especial a Curitiba
Atualização:

Força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Foto: GERALDO BUBNIAK/AGB

A Operação Lava Jato suspeita de um acordo entre políticos e empreiteiras na maior ofensiva do Congresso Nacional para tentar barrar as investigações sobre formação de cartel, desvios e corrupção na Petrobrás. Na avaliação dos investigadores, as recentes propostas de lei que dificultam o avanço dos processos revelam a "união de forças".

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Para integrantes da Lava Jato, o "acordão" seria a "cartada final" de investigados e também de políticos e empresários que ainda não são foco do escândalo. Segundo apurou o Estado, a articulação estaria em curso para ser executada antes da conclusão da delação premiada da Odebrecht, prestes a ser assinada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

"É o abraço dos afogados", disse ao Estado um dos integrantes da força-tarefa.

A alteração na Lei Anticorrupção, de 2013, no artigo que trata de acordo de leniência - a delação premiada de empresas - foi considerada publicamente pelos procuradores da República, em Curitiba, como uma ação velada para "enterrar" a Lava Jato.

O substitutivo debatido no Congresso na semana passada estipula que executivos que fecharem acordo de leniência administrativo serão isentos de imputação de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, que têm previsão de pena de prisão.

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Para os investigadores da Lava Jato, a reação de políticos e empresários era esperada. "A cultura da corrupção está acuada e está reagindo", afirmou o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima.

"Essa é uma reação que também aconteceu na Itália (contra a Operação Mãos Limpas). A economia está pendido para que a situação não piore e atribuindo à Lava Jato uma culpa que não é nossa."

Pacote. A proposta é apenas uma das cinco medidas duramente atacas publicamente por procuradores da força-tarefa da Lava Jato na última semana. Além da mudança nas regras de acordos de leniência, os procuradores criticam também a proposta da Lei de Abuso de Autoridade, defendida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a proposta de anistia para o caixa-2 e as repatriações.

"Caixa-2 é crime. Não existe caixa-2 inocente, ele vem de uma prática de lavar dinheiro de crimes antecedentes. Nos preocupa um contexto em que nossos representantes políticos fala em anistia do caixa-2", afirmou o procurador da República Roberson Pozzobon.

"Este fim de ano será o momento mais delicado dos quase três anos de investigações", prevê Carlos Lima.

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