A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 8, a Operação Mineração de Ouro, para apurar indícios de participação de três conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) em suposta organização criminosa voltada à prática de fraudes em licitações, superfaturamento de obras e desvio de recursos públicos. Ao todo, 20 pessoas são investigadas por supostos crimes de peculato, corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Agentes cumprem 20 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Sidrolândia (MS) e em Brasília (DF). As ordens foram expedidas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, que também determinou quebras de sigilo bancário e fiscal dos investigados. Um efetivo de 19 servidores da Controladoria-Geral da União, 102 policiais federais e 33 servidores da Receita participa das ações.
A ofensiva tem como base telefonemas interceptados no âmbito da Operação Lama Asfáltica. De acordo com a PF, o nome da operação, Mineração de Ouro, está relacionado a 'indícios de que a aquisição de direitos relacionados a mineração tenha sido utilizada para lavagem de dinheiro'.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, as investigações apontaram indícios de participação de membros do TCE-MS em um esquema ilícito de desvio de verbas públicas. Os investigadores apuram se foram proferidas decisões no âmbito da Corte de Contas para favorecer integrantes da organização criminosa.
A CGU também indica que as medidas cumpridas no âmbito da ofensiva 'visam a esclarecer a possibilidade de venda de decisões', além de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e contratação de funcionários 'fantasmas'.
"Já há evidências, também, da existência de um esquema de contratação de funcionários fantasmas no TCE-MS, para beneficiar pessoas ligadas aos Conselheiros investigados. Há suspeita de que o esquema tenha movimentado valores milionários entre 2015 e 2021", explica ainda a PGR em nota.