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Foragido, prefeito de Montes Claros já perde vice da chapa

Alegando que Ruy Muniz (PSB) 'não está em pleno gozo de seus direitos políticos e do exercício de sua cidadania', médico Danilo Narciso comunica Justiça eleitoral que está fora da disputa

Por Mateus Coutinho
Atualização:

Enquanto seu companheiro de chapa foge da polícia, o médico Danilo Fernando Macedo Narciso, do PMDB, oficializou à Justiça Eleitoral sua renúncia à candidatura de vice-prefeito na chapa do prefeito afastado de Montes Claros Ruy Muniz (PSB) - considerado foragido da Justiça desde a quinta-feira, 15, e que tenta a reeleição.

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Em ofício ao juiz eleitoral do município no interior de Minas, Danilo Narciso alega que Muniz 'não está em pleno gozo de seus direitos políticos e do exercício de sua cidadania, além de estar impossibilitado de exercer a função de administrador público'.

Diante disso, o agora ex-candidato afirma que não resta a ele outra opção senão agir de acordo com seus princípios e sua 'firme e inabalável crença na necessidade de não ignorarmos as decisões provenientes das autoridades constituídas pelo conjunto de normas e leis que regem o Estado Democrático de Direito que se encontra em processo de consolidação em nosso país'.

 Foto: Estadão

Ao decretar a prisão de Ruy Muniz, a desembargadora Márcia Milanez, do Tribunal de Justiça de Minas, alertou para o 'risco à ordem pública que o político representa em liberdade'.

A magistrada sustenta que o prefeito foragido tornou 'refém' de suas ações ilícitas a administração de Montes Claros, na região Norte do Estado.

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Candidato à reeleição, Ruy Muniz poderá se beneficiar de uma regra da legislação eleitoral: nos 15 dias que antecedem o pleito, marcado este ano para 2 de outubro, nenhum concorrente a cargo eletivo pode ser preso ou detido, salvo em caso de flagrante delito.

Muniz foi alvo nesta quinta-feira, 15, de um mandado de prisão, o segundo neste ano, decretado na Operação Tolerância Zero. Os policiais, contudo, não o encontraram. O prefeito ganhou visibilidade nacional ao ser elogiado pela mulher, a deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG), na sessão da Câmara que aprovou o impeachment de Dilma Rousseff, em 17 de abril.

No dia seguinte ele foi preso pela primeira vez, pela Polícia Federal, por suposto uso de verba pública para favorecer hospitais privados a ele ligados.

Muniz foi solto em julho, por ordem do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), e lançou sua candidatura. O novo mandado de prisão foi por ordem do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Conforme as investigações da Polícia Civil de Minas, o prefeito é suspeito de fraudes na compra de combustíveis pela Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização de Montes Claros (ESURB).

Foram presos nesta quinta o filho de Ruy Muniz, Ruy Gabriel Queiroz Muniz, um assessor e o diretor da Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização de Montes Claros (ESURB).

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'Refém'. Ao decretar a prisão preventiva do prefeito afastado de Montes Claros, no interior de Minas, Ruy Muniz (PSB) e seu filho, a desembargadora Márcia Milanez, do Tribunal de Justiça do Estado assinalou que o município ficou 'refém' da quadrilha supostamente liderada pelo político.

"O imensurável poderio político e econômico do grupo em tela maximiza o risco que a liberdade de Ruy Muniz e de seus principais comparsas traria para a ordem pública. Malgrado haja outras investigações e procedimentos penais em curso em desfavor de envolvidos em tal quadrilha, tal circunstância não inibiu a atuação delitiva dos mesmos, os quais tornaram a Administração PúblicaMunicipal de Montes Claros refém de um esquema de desvios para enriquecimento ilícito", aponta a magistrada na decisão que determinou a prisão do político na Operação Tolerância Zero, deflagrada nesta quinta-feira, 15.

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