Os advogados do deputado Celso Russomanno (PRB), candidato à Prefeitura de São Paulo, protocolaram nesta segunda-feira, 29, petições na Procuradoria-Geral de Justiça e na Delegacia-Geral de Polícia Civil do Estado para ter acesso a relatório que cita o nome do parlamentar na Operação Alba Branca.
Documento
O PEDIDO DE RUSSOMANNORussomanno, primeiro lugar isolado nas pesquisas para a sucessão de Fernando Haddad (PT), é mencionado em documento produzido pela Polícia Civil no inquérito Alba Branca - investigação sobre fraudes em licitações da merenda escolar que se instalou em pelo menos 35 prefeituras e que mirava também em contratos da Secretaria de Educação do governo Alckmin (PSDB).
O deputado não é alvo da investigação - ele detém foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Fedetal -, nem a ele é imputado ato ilícito, mas o documento sugere proximidade de Russomanno com dois alvos da Alba Branca, quadros importantes da estrutura da organtzaçáo criminosa, César Augusto Lopes Bertholino, o 'Marrelo', e Cássio Chebabi.
Em um contato - mensagens por celular - de julho de 2015, recuperado pelos investigadores a partir de quebra de sigilo, Chebabi diz a 'Marrelo' que Russomanno é 'novo parceiro'. Ele afirma que o deputado 'tá forte prá prefeitura'. César 'Marrelo' diz que eles vão 'jantar' com o deputado. Afirma, ainda, que Russomanno 'vai dar duas secretarias' ' para Leonel Júlio, ex-deputado e pai do lobista da quadrilha da metenda. "Já tá acordado", afirma 'Marrelo'.
Inconformado com a citação ao seu nome, Russomano espontaneamente colocou à disposição da Justiça, do Ministério Público e da Polícia seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático.
A pedido de Russomanno, seus advogados entraram rapidamente em ação. A petição ao Ministério Público do Estado e à Delegacia-Geral é subscrita pelo criminalista Pedro José Vilar Godoy Horta. A parte eleitoral da defesa do candidato está sob responsabilidade do advogado Arthur Rollo.
"O Celso não tem absolutamente nenhum envolvimento com essas pessoas ('Marrelo' e Chebabi), não os conhece, nunca os viu, nunca jantou com eles", afirma taxativamente Arthur Rollo. "Fizeram uma bravata com o nome dele. Estamos levantando todas as informações para tomarmos as providências criminais contra as pessoas que usaram o nome dele em vão. Celso Russomanno não tem nenhum contato com essas pessoas envolvidas com o escândalo da merenda, nem mesmo com os políticos citados. Nem é área de atuação dele, Celso não atua nessa área de merenda, todo mundo sabe que ele se dedica à defesa do consumidor e fica extremamente irritado quando alguém usa o nome dele. Ele não gosta."
Rollo assinala que o candidato à Prefeitura paulistana também não tem relacionamento com o ex-deputado Leonel Júlio, ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, cassado em 1976 pelo regime militar. Leonel Júlio é pai de Marcel Júlio, lobista da organização criminosa, segundo a Polícia Civil. Nas mensagens resgatadas, 'Marrelo' e Chebabi dizem que Russomano teria pedido apoio a Leonel Júlio e que o candidato até já havia oferecido a ele 'duas secretarias' na Prefeitura, se eleito.
"Vamos apurar até as últimas consequências", reage Arthur Rollo. "O sr. Leonel Júlio tem quase 90 anos de idade. O Celso não tem contato com ele, já ouviu falar dele, apenas isso. O que o apoio de Leonel Júlio iria agregar à campanha do Celso? Absolutamente nada. É uma coisa sem sentido. Quando essa suposta conversa ocorreu, o Celso já estava em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Para quem é da área política sabe que (o apoio de Leonel) não tem importância nenhuma."
Arthur Rollo destacou, ainda. "O critério de escolha dos secretários é técnico. Ele (Russomanno) tem planos de escolher os melhores secretários da história de São Paulo."