Fadiga pandêmica: cansados de não descansar
Lella Malta*
Lella Malta. FOTO: DIVULGAÇÃO
Carregamos nos ombros o isolamento, o distanciamento social e a mudança brusca de nossas rotinas — fardo pesado para aqueles que já escondem sob uma máscara tantos medos e inseguranças.
Mas a verdade é que a pandemia escancarou uma série de outras questões, entre elas a de que estamos cansados de não descansar. A vontade de correr para o campo, distantes de tudo, numa reconexão com a natureza, é um autoexílio sintomático de uma desconexão com nós mesmos. Uma fuga que busca ao mesmo tempo romper com julgamentos e com diferenças que simplesmente não admitimos mais tolerar, mas também uma (re)descoberta de um eu sob um entulhamento de diferentes personagens que desfilamos socialmente.
A viagem como instrumento de aguçamento daquele eu, todavia, pode se dar de outras maneiras. Uma delas a jornada interior, em que mãos, ao contrário dos pés, podem ser pontes para o agora quando evidenciam o poder terapêutico da escrita.
Não é apenas um elemento criativo. A escrita pode expressar emoções reprimidas e fazer uso da catarse como ferramenta para uma mudança terapêutica positiva, sobretudo em tempos pandêmicos. Ao organizar ideias e pensamentos e mergulhar nas profundezas do nosso ser, ela é capaz de revirar certezas, contribuir para o enfrentamento da ansiedade e facilitar a dolorosa experiência do luto. É um recurso poderoso, mas também simples e democrático, no longo e árduo processo que é o autoconhecimento. Para a fadiga — pandêmica ou costumeira —, vá de papel e lápis na mão. Acredite: as palavras podem provocar o tão sonhado descanso em nós mesmos.
*Lella Malta, cientista social, escritora, preparadora literária, produtora de conteúdo digital, educadora, chef de gastronomia natural e terapeuta de escrita expressiva. Focada na saúde mental das mulheres, se dedica ao estudo da psicanálise e da psicologia positiva. Autora de Qual é o nome da vez?, Você tem fama de quê? e Prazer, Paniquenta: Desventuras Tragicômicas de Uma Ansiosa
Lella Malta. FOTO: DIVULGAÇÃO
Carregamos nos ombros o isolamento, o distanciamento social e a mudança brusca de nossas rotinas — fardo pesado para aqueles que já escondem sob uma máscara tantos medos e inseguranças.
Mas a verdade é que a pandemia escancarou uma série de outras questões, entre elas a de que estamos cansados de não descansar. A vontade de correr para o campo, distantes de tudo, numa reconexão com a natureza, é um autoexílio sintomático de uma desconexão com nós mesmos. Uma fuga que busca ao mesmo tempo romper com julgamentos e com diferenças que simplesmente não admitimos mais tolerar, mas também uma (re)descoberta de um eu sob um entulhamento de diferentes personagens que desfilamos socialmente.
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