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Fachin negou prisão de Miller

Ministro do Supremo não acatou pedido da Procuradoria-Geral da República para encarcerar o ex-integrante do Ministério Público Federal investigado por supostamente atuar em benefício da JBS

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Foto do author Luiz Vassallo
Por Rafael Moraes Moura e Luiz Vassallo
Atualização:

Marcelo Paranhos de Oliveira Miller. Foto: Alex Lanza / MPMG

*Atualizada às 11h36 deste domingo, 10. 

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Brasília e São Paulo - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de prisão do ex-procurador da República Marcelo Miller. Na mesma decisão, Fachin autorizou a detenção do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, e do executivo Ricardo Saud.

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Procurada pela reportagem, a assessoria de Miller informou que aguardaria ser notificada da decisão do ministro para se pronunciar oficialmente. 

Marcelo é o pivô da investigação que pode culminar com a rescisão da delação da JBS, embasada em áudio enviado pela defesa dos colaboradores em anexo complementar sobre o senador Ciro nogueira (PP). Ele integrou a força-tarefa da Operação Lava Jato e atuou nas delações do ex-senador Delcídio do Amaral e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Após deixar o Ministério Público Federal, ele passou a integrar o escritório de advocacia Trench, Rossi e Watanabe, e integrou o time de advogados que negociaram o acordo de leniência da J&F.

O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele pediu exoneração da Procuradoria no mesmo mês, mas a deixou de fato apenas em abril.

No áudio dos delatores, alvo de investigação, ele é mencionado por Joesley como um procurador da República que estaria atuando em benefício do grupo.

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"Não é que não tem. Nós vamos, eu já falei pro Francisco: tem que resolver isso,nós vamos ajeitar. Fernandinha, você vai ajeitar o Marcelo, que nós já estamos ajeitando. Nós vamos conhecer o Janot, nós vamos conhecer não sei quem, e quem precisa do que?", afirmou o empresário.

Os advogados André Perecmanis e Paulo Marcio Ennes Klein afirmaram no último sábado (9) que não havia motivo para a prisão de Miller, que estaria cooperando com as investigações, tendo prestado depoimento por 10h na sexta-feira ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro. A defesa do ex-procurador também afirmou que Miller disponibilizou o passaporte, para garantir não haver risco de fuga.

 

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