O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, autorizou nesta segunda-feira, 14, reparos e a manutenção de aparelhos eletrônicos do ex-ministro Henrique Eduardo Alves e do ex-prefeito de Nova Iguaçu Nelson Bornier, aliados do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Os equipamentos - um smartphone da marca BlackBerry e um Ipad - foram confiscados pela Polícia Federal durante buscas e apreensões na Operação Catilinárias, fase da Lava Jato cujo alvo maior era o ex-presidente da Câmara.
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MANUTENÇÃOCatilinárias foi deflagrada em dezembro de 2015 e tinha como foco evitar que provas de sete processos no âmbito da Lava Jato fossem destruídas. Na época, foram cumpridos 53 mandados em locais como a casa de Eduardo Cunha, que enfrentava seu processo de cassação na Câmara dos Deputados acusado de mentir à CPI da Petrobrás sobre contas na Suíça.
Ele era acusado de receber R$ 5 milhões em propinas do lobista Julio Camargo.
A decisão de Fachin acolhe pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para autorizar 'conserto' de um aparelho BlackBerry apreendido na casa do ex-prefeito de Nova Iguaçu Nelson Bornier e de um Ipad que a Polícia Federal pegou com o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN).
"Ante o exposto, (i) determino à Polícia Federal que providencie a manutenção do smartphone da marca BlackBerry e do aparelho Ipad, modelo A1337, a fim de possibilitar-lhes o exame pericial; (ii) defiro, ainda, o compartilhamento pela Procuradoria-Geral da República dessas informações complementares, nos mesmos moldes do explicitado à fl. 4.133", determinou Fachin.
Henrique Eduardo está preso em regime preventivo no âmbito da Operação Manus, que investiga fraudes de R$ 77 milhões na construção da Arena das Dunas para a Copa 14. O ex-ministro está sob suspeita de receber propinas das empreiteiras OAS e Odebrecht na campanha eleitoral daquele ano, quando concorreu ao governo do seu Estado.
Ele também é investigado pela Procuradoria da República no Distrito Federal por irregularidades que teriam sido cometidas pelo grupo liderado por Eduardo Cunha nas vice-presidências de Fundos e Loterias e Pessoas Jurídicas da Caixa Econômica Federal (CEF).