Atualizada às 13h26 de 06.03*
O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de dois inquéritos contra o senador Renan Calheiros (MDB) pelo crime de lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato. As investigações miram supostos esquemas na Transpetro - uma delas também mira o senador Jader Barbalho (MDB).
Documento
A DECISÃO DE FACHINAs investigações tomam como base a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que foi senador pelo partido, e confessou ter arrecadado valores a emedebistas no senado. O inquérito mira nove empreiteiras, além de subsidiárias em obras para a estatal. Entre as obras investigadas, está o Estaleiro Tietê.
Os repasses das empreiteiras, segundo o delator, vão até o ano de 2014. Em um dos episódios, por exemplo, Machado narra R$ 30 milhões da Queiroz Galvão reservados a repasses a políticos. A investigação também mira supostos R$ 20 milhões da Camargo Corrêa reservados a políticos. Parte das cifras teria abastecido os emedebistas e suas campanhas.
Renan Calheiros é alvo de outras investigações, e réu em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal sob a acusação de propinas de R$ 150 mil da NM Engenharia.
COM A PALAVRA, RENAN
"A assessoria do senador afirmou que ele sempre defendeu as investigações como forma de esclarecer os fatos. O senador está certo que a nova investigação concluirá pela inexistência de qualquer improbidade, a exemplo do que já aconteceu com Mais de 2/3 dos inquéritos abertos contra ele que foram arquivados pelo STF por falta de prova".
COM A PALAVRA, JADER
A reportagem busca contato. O espaço está aberto para manifestação (luiz.vassallo@estadao.com)
COM A PALAVRA, A NM ENGENHARIA
A matéria foi atualizada às 13h24 de 06.03 para correção em frase que indicava 'R$ 150 mil em sua NM Engenheria' para 'R$ 150 mil da NM Engenharia'. Em nota, a empresa destacou que o senador Renan Calheiros não integra seu quadro societário.
"Esclareça-se, ainda, que as doações eleitorais efetivadas pela empresa em favor de diretório de partido político sempre ocorreram dentro da lei".
"Nesta ocasião a empresa também enfatiza que as investigações em curso decorrem de acordo de colaboração premiada firmado por seus sócios com o Ministério Público Federal".