Julia Affonso e Ricardo Brandt
21 de junho de 2017 | 18h30
Paulo Ferreira. Foto: Reprodução
O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira pediu ao juiz federal Sérgio Moro para ser reinterrogado em ação penal na Operação Lava Jato. Em petição a Moro, a defesa de Ferreira requereu nova audiência para o petista, com base no artigo 196 do Código de Processo Penal.
Moro decidiu. “A presente ação penal está tendo o seu encerramento prolongado por sucessivos pedidos de novos interrogatórios, o que não é muito adequado. De todo o modo, a bem da ampla defesa, defiro excepcionalmente o requerido, advertindo porém que sera a última audiência, designo a data de 19 de julho de 2017, às 14. Caso algum outro acusado pretenda ser interrogado, deverá comparecer na referida data e horário. Fica a defesa de Paulo Ferreira encarregada de apresentar seu cliente.”
+ Duque e Léo Pinheiro confessam fraudes em centro de pesquisa da Petrobrás
+ Consórcio Rodoanel contratou WTorre ‘para compensar’ licitação da Petrobrás, diz engenheiro
Ferreira foi preso em junho de 2016 na Operação Abismo, 31.º desdobramento da Lava Jato – neste caso, além do ex-tesoureiro, outros treze investigados são réus.
O petista é acusado do recebimento de propinas nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás (Cenpes).
Ele foi solto seis meses depois, assim que, em depoimento a Moro, admitiu prática de ilícitos nas campanhas eleitorais. “Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é, na minha opinião, negar o óbvio”, declarou Paulo Ferreira, na ocasião.
Moro perguntou. “Inclusive no Partido dos Trabalhadores, na sua campanha?”
“Exatamente”, admitiu Ferreira, terceiro ex-tesoueiro do PT envolvido na Lava Jato – antes dele, caíram na malha fina da grande investigação João Vaccari Neto e Delúbio Soares.
Agora, Paulo Ferreira quer depor outra vez.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.