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Ex-secretário ligado à CUT foi convidado por Paulo Bernardo para Planejamento

Duvanier Paiva Ferreira, morto em 2013, é citado em esquema de propinas na Pasta; viúva recebeu até julho, diz Pixuleco II

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 Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso, Fausto Macedo e Andreza Matais

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O esquema descoberto pela Pixuleco II, 18º capítulo da Operação Lava Jato, deflagrado nesta quinta-feira, 13, teria beneficiado o ex-secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, na gestão de Paulo Bernardo (Goverbo Lula), Duvanier Paiva Ferreira, morto em 2013.

A investigação gira em torno de propinas distribuídas por ordens do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto - preso em Curitiba - , a partir de fraudes com empréstimos consignados na Pasta, a partir do acesso de dados relativos a mais de 2 milhões de servidores públicos federais.

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Paulo Bernardo foi titular do Ministério do Planejamento entre março de 2005 e janeiro de 2011 (governo Lula). Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a organização era comandada pelo operador de propinas Alexandre Romano, preso nesta quinta, 13, e 'auferia remuneração decorrente desses serviços'. O esquema teria sido montado em 2010 e predominou até julho de 2015.

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Um rastreamento indicou que houve pagamentos de propinas inclusive para a viúva de Duvanier Paiva Ferreira. De acordo com o site do Planejamento, o ex-secretário morreu após sofrer um infarto agudo do miocárdio.

"Por sua trajetória foi convidado a ocupar a chefia de Gabinete da Secretaria de Gestão Pública da Prefeitura de São Paulo. Liderança importante no movimento sindical, Duvanier ocupou os cargos de diretor do SindSaúde/SP, da CUT-SP, e assessor da Secretaria-Geral da CUT Nacional", relata o site da pasta.

Em junho de 2007, durante o governo Lula, Duvanier Ferreira foi convidado pelo ministro Paulo Bernardo para assumir a Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento. No governo federal, segundo o Ministério do Planejamento, 'Duvanier institucionalizou o processo negocial e conduziu a Mesa Nacional de Negociação Permanente'.

"Também contribuiu significativamente para a aprovação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho - OIT -, que assegura o princípio da negociação coletiva entre servidores públicos e governo. Durante sua gestão à frente da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, estabeleceu uma agenda de conversas diárias com os representantes dos servidores públicos federais", diz o site da Pasta.

O processo teria resultado 'na mais ampla reestruturação de carreiras do serviço público nas últimas décadas, com ganhos financeiros reais para cerca de 1,2 milhão de servidores'.

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"Mantido no cargo no governo da presidenta Dilma Rousseff, o secretário tinha total confiança da ministra Miriam Belchior como condutor das relações de trabalho do governo com os servidores", afirma o site do Planejamento.

COM A PALAVRA, RUSSO

O presidente do diretório municipal do PT, Marco Bariao, o 'Russo', informou que Romano não é mais filiado ao partido. "O senhor Alexandre Correa de Oliveira Romano foi filiado ao PT de Setembro de 1999 a 22 de Setembro de 2005'.

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