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Ex-secretário e amigo de Cabral era 'grande coletor de propina', diz MPF

Wilson Carlos, que foi secretário de governo do peemedebista e Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Estado agiam como 'operadores administrativos' do esquema de propina, apontam os investigadores da Operação Calicute

Por Roberta Pennafort , Fernanda Nunes e do Rio
Atualização:

Sérgio Cabral. Foto: AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA

Dois homens da extrema confiança do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), seu ex-secretário de Governo, Wilson Carlos, e o ex-secretário de Obras, Hudson Braga, agiam como "operadores administrativos" do esquema de propina chefiado por ele, segundo as investigações da Polícia Federal, Ministério Público Federal do Rio e do Paraná e Receita Federal, que culminaram na Operação Calicute.

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Os investigadores relacionaram o desvio de recursos à crise financeira atual que o Estado enfrenta: o déficit é de R$ 17,5 bilhões. "É um exemplo que retrata os efeitos avassaladores da corrupção para a sociedade. Aqui no Rio está faltando o mínimo para a população. As investigações têm que ser levadas até o fim, doa a quem doer", disse o procurador do MPF/PR Athayde Ribeiro Costa.

Segundo ele, ao fechar o contrato de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), Cabral exigiu 1% do valor da obra à empreiteira Andrade Gutierrez, em encontro no Palácio Guanabara, sede do governo.

Os executivos da empresa estranharam e foram consultar o então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que confirmou que o repasse deveria ser efetuado. Cabral ficou com R$ 2,7 milhões, que tiveram de ser buscados em espécie na sede da empresa, em São Paulo.

O amigo de Cabral Carlos Miranda, que é casado com uma prima sua e é apontado como "o grande coletor de dinheiro de propina", apanhou o montante em espécie e o levou numa mochila, disse o procurador Eduardo El Hage. Outro colaborador, José Carlos Bezerra, é seu amigo de infância.

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O dinheiro sujo resultou na sonegação de impostos num total de R$ 450 milhões, informou a superintendente adjunta da Receita Federal, Denize Fernandez. O esquema funcionou de janeiro de 2007 a abril de 2014, quando Cabral renunciou em favor de seu vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

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