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Ex-Direitos Humanos de Witzel intermediou propina de Garotinho, diz Promotoria

Sérgio dos Santos Barcelos foi preso nesta terça, 3, na Operação Secretum Domus, que também deteve os ex-governadores do Rio Anthony e Rosinha sob acusação de recebimento ilegal de R$ 25 milhões de empreiteira nas obras do programa Morar Feliz I e II, em Campos dos Goytacazes

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Reprodução de trecho da denúncia Foto: Estadão

O ex-subsecretário estadual de Direitos Humanos do Rio, Sérgio dos Santos Barcelos, no governo Wilson Witzel, é acusado de intermediar propinas ao ex-governador Anthony Garotinho. Ele havia sido nomeado em agosto por Witzel e foi exonerado nesta terça-feira, 3, após ser preso naOperação Secretum Domus, que mira fraudes e suposto faturamento nos programas Morar Feliz I e II, da prefeitura de Campos dos Goytacazes - região Norte fluminense -, administrada por Rosinha Garotinho entre 2009 e 2017, tendo seu marido e ex-governador como secretário.

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MORAR FELIZ

Garotinho e Rosinha foram presos nesta terça, 3, por suspeita de ligação com esquema de fraudes e desvios de R$ 62 milhões em licitações de obras de casas populares. O casal teria recebido propinas de R$ 25 milhões.

A denúncia da Promotoria, oferecida em abril, culminou na deflagração da Operação Secretum Domus. Ela é assinada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

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Reprodução de planilha de pagamentos da Odebrecht anexada à denúncia Foto: Estadão

Na peça, consta que Sérgio dos Santos Barcelos é uma das 'pessoas de confiança subordinadas às ordens' de Garotinho e Rosinha. Ele teria sido o 'intermediário para o recebimento da propina no ano de 2008'. 

"No ano de 2008, após a combinação inicial entre Garotinho, Benedicto Júnior [o 'BJ', da Odebrecht] e Leandro Andrade Azevedo [também da Odebrecht] acerca do recebimento da quantia de R$ 5 milhões em benefício de Garotinho e Rosinha (então candidata à Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes), o denunciado Sérgio Barcelos foi o responsável por intermediar o recebimento das quantias pagas a título de propina", diz a Promotoria.

Um dos delatores, Leandro Andrade Azevedo, afirmou que 'os pagamentos variavam e poderiam girar em torno das quantias de R$ 250 mil a R$ 500 mil por semana'.

"Nesta segunda reunião entre Leandro Andrade Azevedo e Anthony garotinho, Leandro foi apresentado ao denunciado Sérgio Barcelos, pessoa diretamente encarregada por Garotinho para recebimento dos valores de propina semanais, pagos em reais e no próprio escritório do ex-Governador, o "Palavra de Paz"", afirma a Promotoria.

Segundo o Ministério Público, na 'ocasião, Sérgio chegou a ter acesso à programação semanal de pagamentos, a fim de que entendesse toda a dinâmica'.

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"Sobre o ponto, vale esclarecer que o esquema criminoso contava com organização por planilhas de pagamentos, as quais continham as respectivas 'Programações Semanais', contendo nomes, senhas, datas, valores, dentre outros dados."

A Odebrecht trabalhava com o doleiro Álvaro Galliez Novis, responsável pela viabilização de dinheiro vivo e sua entrega. O delator teria informado a Lacerda os locais, senhas e datas das entregas.

"Segundo relatado por Leandro, ele mesmo era quem informava a senha a Sergio Barcelos, na qualidade de 'mandatário' de Garotinho."

 

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