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'Eu dava pessoalmente para ele', diz delator sobre dinheiro a Okamotto, o 'Tokio'

Alexandrino Alencar, que era o canal do patriarca da delação, Emílio Odebrecht, com o ex-presidente petista, delatou entregas na sede do Instituto Lula de ajuda financeira de R$ 10 mil, por cinco vezes, entre 2012 e 2013; beneficiado estaria em dificuldades financeiras

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Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , Fabio Leite , Fausto Macedo e Luiz Vassallo
Atualização:

Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Contato direto de Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Emílio Odebrecht, patriarca da delação premiada do grupo fechada com a Operação Lava Jato, o executivo Alexandrino Alencar relatou que entre 2012 e 2013 deu uma ajuda financeira para o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

Identificado nas planilhas do departamento da propina da Odebrecht, o Setor de Operações Estruturadas, como "Tokio", ele recebeu das mãos de Alexandrino uma espécie de mesada de R$ 10 mil - uma em 2012 e outras quatro em 2013.

"Eu dava pessoalmente para ele. E esses recursos vinham do Setor de Operações Estruturadas. Eu disse ao Emílio estou sentindo que o Paulo está em dificuldades e vou tentar ajudá-lo dentro de um valor que não seja ostensivo, que não ofenda a pessoa"

 Foto: Estadão

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Alexandrino garantiu que foi uma oferta feita por ele ao presidente do Instituto Lula.

"Era importante manter o canal de boa interlocução com o responsável pela agenda de Lula", registrou ele em um anexo sobre o tema entregue à Procuradoria Geral da República (PGR). "Em todas as oportunidades entreguei, pessoalmente, a Paulo Okamotto, em cada uma das vezes, a importância de R$ 10 mil. Esse montante foi disponibilizado pela equipe de Hilberto Silva e as entregas foram feita no próprio Instituto Lula."

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O delator disse que mantinha contato com Okamotto desde quando ele era presidente do Sebrae, no governo Lula. E que no Instituto, no período pós-Planalto, os dois teriam participado da montagem das contratações de palestras do petista pela Odebrecht.

 Foto: Estadão

O delator entregou cópias das planilhas do Setor de Operações Estruturadas da Odedebrecht, o departamento da propina, em que estão registradas as entregas de Okamotto, sob o codinome Tokio. Numa delas, a senha era "Polenta".

Paulo Okamotto negou que recebe mesada de Alexandrino.

 

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