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'Estarrecedor', diz OAB

Claudio Lamachia, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, alerta que 'sociedade precisa de respostas' e pede divulgação da íntegra de gravação da conversa de Joesley Batista com presidente Temer sobre compra do silêncio de Eduardo Cunha

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Foto do author Julia Affonso
Por Luiz Vassallo e Julia Affonso
Atualização:

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Claudio Lamachia disse nesta quarta-feira, 17, que 'são estarrecedores' os fatos noticiados por O Globo sobre uma suposta trama de obstrução de Justiça atribuída a Michel Temer.

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"A sociedade precisa de respostas e esclarecimentos imediatos", declarou Lamachia. "As cidadãs e cidadãos brasileiros não suportam mais conviver com dúvidas a respeito de seus representantes."

Segundo revelou o jornalista Lauro Jardim, no site de O Globo, o empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, gravou conversa com o presidente da República na noite de 7 de março durante reunião de 40 minutos no Palácio do Jaburu.

Na conversa, Temer teria incentivado Joesley a continuar pagando mesada milionária a Eduardo Cunha (PMDB/RJ), em troca do silêncio do ex-presidente da Câmara, preso desde outubro de 2016 e condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 15 anos e quatro meses por corrupção e lavagem de dinheiro.

Em nota divulgada na noite desta quarta-feira, 17, a OAB cita também outros trechos das revelações de Joesley que apontam para os senadores Aécio Neves e Zezé Perrela.

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"São estarrecedores, repugnantes e gravíssimos os fatos noticiados por O Globo a respeito de suposta obstrução da Justiça praticada pelo presidente da República e de recebimento de dinheiro por parte dos senadores Aécio Neves e Zezé Perrella.

"A sociedade precisa de respostas e esclarecimentos imediatos. As cidadãs e cidadãos brasileiros não suportam mais conviver com dúvidas a respeito de seus representantes."

Lamachia cobra a divulgação das gravações que Joesley fez no Jaburu. "As gravações citadas precisam ser tornadas públicas, na íntegra, o mais rapidamente possível. E a apuração desses fatos deve ser feita com celeridade, dando aos acusados o direito à ampla defesa e à sociedade a segurança de que a Justiça vale para todos, independentemente do cargo ocupado."

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