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ESG: um investimento fundamental para o turismo

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Por Daniel Topper
Atualização:
Daniel Topper. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O ESG é um dos grandes assuntos do momento e não é à toa. Investir em iniciativas socioambientais e criar uma governança ética e sustentável é essencial no mundo contemporâneo. No Turismo não é diferente. O prazer de viajar está diretamente relacionado a conhecer atrações naturais e a cultura dos destinos. Os investimentos em ESG, especialmente nas pautas ambientais e sociais, são indispensáveis ao setor.

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A preservação da natureza, do desenvolvimento sustentável e do fortalecimento cultural é fundamental para a existência do turismo. Não há como separar uma coisa da outra.

Todos os players que atuam no mercado têm que agir e apoiar as causas ambientais e sociais e, por que não, de forma colaborativa?

Segundo o relatório de sustentabilidade da consultoria Skift Research, divulgado em 2019, o turismo foi responsável por 11% da emissão de gases do efeito estufa. O impacto é negativo não só para o setor, como também para o futuro da humanidade. Por isso, esse não é mais um assunto de market share ou concorrência, e muito menos uma competição para decidir quem é mais sustentável.

Além do compromisso socioambiental das empresas do setor, incluir boas práticas de ESG também são fundamentais para os negócios. Um estudo realizado pela Harvard Business School, que analisou, por 20 anos, mais de 2 mil empresas americanas que se destacam em performance ESG, concluiu que essas companhias apresentaram um retorno adicional de 9% ao ano para o acionista. Isso significa que investir em ações socioambientais e de governança corporativa gera uma imagem mais positiva e traz segurança para os investidores, afinal os riscos de crises podem ser reduzidos pelas iniciativas adotadas. Não é à toa que os investimentos em ESG devem atrair US$53 trilhões até 2025, de acordo com dados da Bloomberg.

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Por outro lado, também há uma visão super importante das pessoas que movem o negócio: os consumidores. Eles estão cada vez mais atentos e responsáveis em relação ao consumo consciente. Segundo dados das pesquisas "Consumers Drive Changing 2020", da IBM & NRF, e "Perspectivas sobre o Brasil Pós-Pandemia", da Atlantico & AtlasIntel, 57% da população mundial está disposta a mudar hábitos de consumo para reduzir os impactos ambientais. Dessa parcela, 70% (no Brasil, 62%) aceitaria pagar mais caro, cerca de 35% a mais, em serviços e produtos alinhados com esses valores.

Nos setores de serviços como o turismo, isso não é diferente. O perfil do viajante está mudando aos poucos. As tendências que chegam da Europa, em especial, já apontam para essa mudança. Existe, por exemplo, o movimento flight shame, que incentiva as pessoas a analisarem o impacto ambiental das viagens de avião, especialmente no que se refere à emissão de carbono. No Brasil, um país de dimensão continental e diversos problemas de locomoção, é mais difícil a simples troca do meio de transporte, mas já há um movimento em relação a isso.

Além disso, a crise gerada pela pandemia escancarou questões sociais e acabou obrigando o mercado a pensar de forma sustentável. Não havia precedentes para o que aconteceu e presenciamos o impacto global da pandemia. Da mesma forma, os consumidores também sentiram esse efeito. E a preocupação em fazer boas escolhas de consumo ficou mais latente.

Diante deste cenário, não há dúvidas que é preciso investir cada vez mais em iniciativas de ESG, sobretudo no setor de turismo. A boa notícia é que já vemos um grande movimento de mercado neste sentido, com inúmeras iniciativas voltadas a projetos socioambientais. Hotéis e resorts, por exemplo, estão realizando ações para reduzir o consumo de energia em parceria com ONGs e órgãos de preservação do meio ambiente.

Algumas companhias aéreas e locadoras de veículos passaram a oferecer aos seus clientes a possibilidade de compensação da emissão de gases. E empresas do setor estão organizando hubs para coordenar ações sócio-ambientais, se engajando e apoiando instituições que têm foco em desenvolvimento sustentável. Além disso, as pautas de diversidade e inclusão social estão cada vez mais em evidência no mercado e, consequentemente, vem ganhando força dentro das empresas, em ações afirmativas para montar equipes mais diversas, por exemplo.

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Não é necessário esperar a chance de colocar em prática alguma solução grandiosa. É possível começar pequeno e ir escalando aos poucos.

Acredito que o mais importante é começar a fazer algo. Afinal, pequenas ações podem sim mudar o mundo e incluir as ações de ESG trazem benefícios para a sociedade, para os clientes, para o meio ambiente e para a própria empresa.

*Daniel Topper é CEO do Zarpo

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