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Escola afasta 'definitivamente' professor preso em ação contra abuso e exploração sexual de menores

Ivan Secco Falsztyn, de 54 anos, estava entre os 43 presos na operação comandada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta terça, 18

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Por Pedro Prata
Atualização:

A escola Saint Nicholas School, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, afastou 'definitivamente' de seu quadro docente o professor de História e Teatro Ivan Secco Falsztyn, de 54 anos. Ele foi preso nesta terça, 18, na Operação Luz na Infância, etapa 6, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, pasta chefiada por Sérgio Moro, com as polícias civis de 12 Estados para identificar autores de crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes.

"O professor, objeto das investigações, está definitivamente afastado do quadro docente diante dos fatos já apurados", disse a escola por meio de nota enviada à imprensa na tarde desta quarta, 19. "E a escola tem prestado o apoio irrestrito às apurações e esclarecimentos sobre o que é do seu conhecimento."

 Foto: Saint Nicholas School/Reprodução

A Saint Nicholas School é uma escola de elite da capital paulista. Ela possui ensino bilíngue e atende tanto alunos brasileiros quanto filhos de estrangeiros.

"A escola se sente surpreendida pelos acontecimentos uma vez que - assim como as demais - adota procedimentos e práticas criteriosas na contratação dos seus profissionais", segue a nota.

O professor preso nesta terça, 18. Foto: Reprodução

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Apesar disso, diz que 'todas as instituições estão vulneráveis' a atitudes decorrentes de desequilíbrios individuais que, 'por suas características dissimuladas, são difíceis de serem previstas e identificadas'.

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O professor foi um dos 43 presos em toda a operação. São Paulo foi o Estado com maior número de flagrantes, no qual 17 pessoas foram detidas durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão de arquivos com conteúdo relacionado a crimes de exploração sexual praticados contra crianças e adolescentes.

Operação Luz na Infância. Foto: Ministério da Justiça e Segurança Pública/Reprodução

A nota continua. "Tais fatos, todavia, não isentam a St. Nicholas School de rever seus processos internos e aferir suas possíveis falhas - com senso crítico apurado na busca de maior segurança para todos. Novos procedimentos serão implantados."

"A escola é sensível ao impacto causado pelos fatos em seus alunos, pais, professores e demais profissionais", diz. "Exerce, com transparência, um diálogo permanente com vistas a esclarecer e manter o bom seguimento das suas atividades educacionais."

 Foto: Reprodução

O professor

A Polícia fixou uma fiança de R$ 30 mil, mas paralelamente pediu à Justiça decretação da prisão preventiva de Secco.

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Segundo a Polícia, o docente tem quatro filhos que estudam em outra escola. A mulher dele é diretora de uma escola.

Segundo a Polícia Civil, o professor fazia uso de uma artimanha para ludibriar as vítimas, em geral meninas de 12 e 13 anos de idade. Ele embutia em caixinhas de remédio uma câmera secreta para filmar as alunas em sala. Foram três anos de armazenamento de imagens.

Secco, segundo os investigadores, mantinha em seus computadores o arquivo de fotos e vídeos das vítimas.

A polícia fez buscas na casa do docente, onde um computador foi confiscado. Também apreendeu um segundo computador dele na sala de professores da escola.

O delegado Osvaldo Nico, da Polícia Civil de São Paulo, afirmou que o professor 'pediu ajuda'.

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"Pediu ajuda prá nós, prá poder recuperar da doença dele."

"Ele fala isso de uma maneira, assim, pedindo ajuda prá polícia. Mas agora é tarde. a casa caiu, ele tá aqui."

Artimanha utilizada pelo professor para filmar as alunas. Foto: Reprodução

COM A PALAVRA, A SAINT NICHOLAS SCHOOL

A St. Nicholas School, em respeito aos seus alunos, pais e professores, bem como à sociedade, cumpre o dever de esclarecer que:

1. No âmbito policial, as autoridades vêm conduzindo as investigações referentes aos fatos envolvendo um professor dessa instituição. E a escola tem prestado o apoio irrestrito às apurações e esclarecimentos sobre o que é do seu conhecimento.

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2. O professor, objeto das investigações, está definitivamente afastado do quadro docente diante dos fatos já apurados.

3. A escola se sente surpreendida pelos acontecimentos uma vez que - assim como as demais - adota procedimentos e práticas criteriosas na contratação dos seus profissionais.

4. Apesar disso, hoje em dia, todas as instituições estão vulneráveis a atitudes decorrentes de desequilíbrios individuais, as quais, por suas características dissimuladas, são difíceis de serem previstas e identificadas.

5. Tais fatos, todavia, não isentam a St. Nicholas School de rever seus processos internos e aferir suas possíveis falhas - com senso crítico acurado na busca de maior segurança para todos. Novos procedimentos serão implantados.

6. A escola é sensível ao impacto causado pelos fatos em seus alunos, pais, professores e demais profissionais. Exerce, com transparência, um diálogo permanente com vistas a esclarecer e manter o bom seguimento das suas atividades educacionais.

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A St. Nicholas School reitera seu compromisso com a honestidade e transparência ética. E não deixará de comunicar às autoridades policiais sobre todos os fatos novos que possam surgir no decorrer da sindicância interna que está promovendo.

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