Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Entre o lar de Geddel e bunker dos R$ 51 mi, uma caminhada de 12 minutos

Seguindo dados de satélite do Google Street View a rota em Salvador também pode ser feita de carro em apenas oito anos

PUBLICIDADE

Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Julia Affonso
Foto do author Beatriz Bulla
Por Luiz Vassallo , Julia Affonso e Beatriz Bulla
Atualização:
 Foto: Estadão

Em apenas 12 minutos, o ex-ministro Geddel Vieira Lima poderia caminhar de sua casa, no bairro da Graça, em Salvador, até o apartamento onde a Polícia Federal achou a fortuna de R$ 51 milhões com marcas de seus dedos, no âmbito da Operação Tesouro Perdido. O peemedebista, preso nesta sexta-feira, 8, mora em um imóvel a apenas 1,2 quilômetro do local onde as malas e caixas recheadas de dinheiro vivo foram confiscadas.

PUBLICIDADE

+ Delatores Joesley e Funaro afundam Geddel+ PF aponta relação de bunker de R$ 51 milhões com deputado irmão de Geddel+ Juiz afirma que prisão domiciliar para Geddel é 'completamente ineficaz'+ Juiz mandou fazer buscas na casa da mãe de Geddel+ PF achou digitais de Geddel e até fatura de empregada em bunker de R$ 51 milhões

A mãe do ex-ministro, que também foi alvo de busca e apreensão, mora no mesmo prédio de seu filho.

Partindo da rua Plínio Moscoso, 64, no Chame-Chame, onde mora o ex-ministro e sua mãe, seguindo até a rua Barão de Loreno, 360, na Graça, onde fica o bunker de R$ 51 milhões, a distância é de pouco mais de um quilômetro.

A rota também poderia ser feita de carro, em apenas 8 minutos, seguindo dados de satélite do Google Street View.

Publicidade

Na representação pelo encarceramento de Geddel a Procuradoria da República no Distrito Federal vê indícios de que o político era o responsável pelo dinheiro. O Ministério Público Federal ainda aponta relação do montante escondido naquele imóvel com os R$ 20 milhões que o doleiro Lúcio Funaro afirmou ter entregue, em espécie ao peemedebista, em delação premiada.

Segundo o delator, Geddel cobrava propinas de empresas que buscavam empréstimos junto à Caixa Econômica Federal à época em que foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco.

Exames periciais confirmaram as digitais do ex-ministro de Temer e Lula nas notas de dólares e reais que constituíram a maior apreensão de dinheiro vivo na história do país.Até mesmo a fatura de uma empregada do deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel,, foi achada no apartamento.

As marcas dos dedos do diretor da Defesa Civil de Salvador, Gustavo Pedreira Couto Ferraz, apontado como interposto de Geddel e Eduardo Cunha, também foram identificadas no apartamento.

Além disso, duas testemunhas - uma delas, o dono do imóvel - confirmaram à polícia que Geddel usava o apartamento emprestado, a pretexto de guardar pertences do pai que morreu no ano passado.

Publicidade

A prisão do peemedebista foi decretada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara, em Brasília.

COM A PALAVRA, GEDDEL

A defesa do peemedebista afirma que vai se manifestar quando tiver acesso aos autos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.