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Entidades denunciam ataques de Bolsonaro a jornalistas mulheres na ONU

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Conectas Direitos Humanos, Instituto Vladimir Herzog, e coletivo Intervozes relatam às Nações Unidas ataques contra as jornalistas Vera Magalhães, Patrícia Campos Mello, Miriam Leitão e Constança Rezende

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Por Luiz Vassallo e Paulo Roberto Netto
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro conversa com jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada, em Brasília. Foto: Dida Sampaio / Estadão

Entidades denunciaram ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) ataques do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas mulheres. Segundo as organizações que fizeram a representação, há deterioração da liberdade de imprensa no país.

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Além da Abraji e da Conectas, a denúncia contou com o apoio do Instituto Vladimir Herzog e do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social. As organizações pediram ao Conselho de Direitos Humanos da ONU uma condenação pública dos ataques a jornalistas e à imprensa, além de um monitoramento mais próximo da liberdade de imprensa no Brasil.

O pronunciamento foi lido nesta terça-feira (10.mar.2020), durante a 43ª sessão do conselho (UNHRC, na sigla em inglês), em Genebra, na Suíça. As informações foram divulgadas pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Segundo a Abraji, no 'centro da denúncia, estiveram os ataques sistemáticos contra jornalistas e veículos de imprensa'.

"O presidente Jair Bolsonaro vem tratando a imprensa e os jornalistas como seus inimigos. (...) Os ataques são feitos não apenas por meio de declarações, mas também por medidas concretas", relatou à comissão o representante em Genebra da Conectas Direitos Humanos, Gustavo Huppes.

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Entre os recentes episódios, as organizações destacaram as violações constantes dirigidas a mulheres jornalistas, como a repórter Folha de S.Paulo Patricia Campos Mello, a colunista do Estado Vera Magalhães, a apresentadora da GloboNews Miriam Leitão e a colunista do UOL Constança Rezende - que foi alvo de ofensas e linchamento virtual em razão de uma notícia falsa à época em que era repórter do Estadão.

"Ofensas machistas e misóginas, com a clara intenção de prejudicar a credibilidade e intimidar mulheres jornalistas, estão se tornando comuns e sendo feitas por autoridades governamentais, incluindo o próprio presidente da República", diz um trecho da denúncia apresentada.

Gustavo Huppes também mencionou a exclusão de jornais de coberturas presidenciais, como o impedimento de a Folha de S. Paulo ter acesso ao jantar entre Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Bolsonaro, em 07.mar.2020.

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