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Entenda por que nada mais será como antes

Por Simone Las Casas
Atualização:
Simone Las Casas. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Há mais ou menos um mês, Belo Horizonte respeita a prática do isolamento social, apontada como a principal medida para conter o aumento dos casos de contaminação pelo novo coronavírus, e, assim, evitar o colapso do sistema de saúde. É inegável que o método já apresenta bons resultados em nossa cidade, e isso fez com que pesquisadores chegassem à conclusão de que o pico de contaminação pela doença ocorrerá em junho.

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Esse avanço mais lento do vírus fez crescer entre comerciantes e empresários, a vontade de abrirem suas lojas e retomar as rotinas normais de trabalho de suas fábricas, escritórios e outras variações de empreendimentos. No entanto, o que muitos devem entender e assimilar daqui para frente, é que nada mais será como antes.

Apesar disso, o isolamento social como método de enfrentamento da covid-19, deixará marcas profundas na economia. O impacto da atual crise já contribuiu para o avanço significativo do número de desempregados, não só no Brasil, como no mundo, assim como influiu no fechamento de várias empresas de pequeno e médio portes, e alterou as dinâmicas de trabalho das organizações que ainda se mantêm de pé.

Em minha trajetória, nunca vi nada igual ou semelhante ao cenário atual, e ao que ainda nos espera. No entanto, aprendi que os momentos de crise também podem ser tempos de novas oportunidades. Então, visto que a melhor alternativa por agora é inovar, tento aplicar em minha empresa mudanças e tendências que acredito que irão ditar e gerir as regras do novo mercado empresarial que surgirá após a pandemia.

Acredito que neste novo contexto corporativo, é preciso que velhos modelos de negócios e de gestão, bem como antigos hábitos e dinâmicas de trabalho, sejam repensados em todos os âmbitos. Ainda, é indispensável que as empresas avaliem a necessidade real de sustentar algumas estruturas e processos.

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Vejo que a tecnologia é a porta de entrada para a resiliência e adaptação de vários negócios e empreendimentos. Estabelecer o home office como uma prática mais recorrente no ambiente de trabalho, investir em softwares de gestão, aperfeiçoar a comunicação interna e adotar ferramentas e dinâmicas do comércio eletrônico como, a venda online e o pagamento digital, são algumas das principais medidas para alavancar o sucesso e a produtividade das empresas.

De acordo com pesquisadores, as relações de trabalho construídas ao longo dessa nova realidade no ambiente corporativo serão pautadas por três princípios básicos: confiança, colaboração e transparência. Estas características se traduzem em mudanças estratégicas na relação entre chefe e funcionários de empresas. Entre as alterações estão: a valorização da qualidade do trabalho entregue, ao contrário da vigilância da atividade laboral; o aprimoramento da união e colaboração recíproca entre funcionários, sem o incentivo de atitudes que gerem competição e discórdia; o desenvolvimento da autonomia e capacidade de tomada de decisão dos funcionários e a promoção da compreensão de todos os membros de uma empresa quanto aos objetivos, desafios e metas a serem alcançadas.

Por fim, e não menos importante, vejo de forma positiva o fato de que estamos nos transformando e criando abertura para novas realidades, que envolvem a valorização humana e também uma maior preocupação socioambiental. Serão tempos em que as ações de visão sustentável ganharão maior espaço no mundo, assim como no campo empresarial. Digo isso, porque já estamos presenciando o desenvolvimento de outra crise, a das alterações climáticas. Então para não lidarmos também com um colapso ambiental em breve, é indispensável que as empresas adotem, incentivem e coloquem em prática, desde já, o uso consciente dos recursos naturais do planeta.

*Simone Las Casas, diretora da Ecogranito

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