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Empresas x pandemia: esperar não é opção

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Por Luis Alberto de Paiva
Atualização:
Luis Alberto de Paiva. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O efeito assustador que a pandemia tem causado nas empresas brasileiras certamente não estava previsto em qualquer planejamento estratégico e tem exigido muita perspicácia e inteligência para atuar sobre as consequências, provavelmente, devastadoras.

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Em poucos dias, a fraca economia brasileira perdeu sua aceleração para entrar numa rota de recessão sem precedentes no País.

A necessidade de quarentena imediata trouxe efeito arrasador, com fechamento de lojas, shoppings, mudanças de hábitos que transformaram setores inteiros e atividades inerentes, como os segmentos de entretenimento, viagens e turismo, hotéis, restaurantes, bares. Além disso, houve o adiamento de todos os eventos brasileiros - fala-se em postergação não porque o futuro próximo nos promete a atividade normalizada, mas porque os setores não suportariam arcar com o cancelamento e devolução daquilo que já foi pago ou adiantado.

Uma realidade como essa provoca um efeito muito forte numa sociedade capitalista, uma vez que as pessoas deixam de consumir. Vale ressaltar que tudo desacelera, e aquilo que não desacelerou ainda será afetado.

A moeda deixa de circular, os bancos cancelam as linhas de crédito, novas operações e as empresas já existentes ficam somente com seu capital de giro próprio, na maior parte das vezes insuficiente para manutenção de sua estrutura. Bancos tem apostado num colapso geral até o final de março.

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Não obstante esse problema, existe também a crise internacional e a repatriação de capital agravando ainda mais o quadro recessivo.

Quantos dias mais para a consolidação de um quadro de desempregados e sub-empregados (também desempregados), acelerando a miséria, com queda de liquidez, queda nas carteiras de pedidos, dificuldade de abastecimento com matéria prima e subprodutos, queda de índices de empregos e renda?

Só o Governo tem alguma capacidade de atenuação desses efeitos, concedendo uma reforma monetária e garantindo o abastecimento, com acompanhamento e monitoramento das cadeias de distribuição, transporte e comércio atacadista e varejista.

O estímulo da economia precisa ser feito através de políticas monetárias, fiscais e creditícias, o que aumentará os níveis inflacionários.

A intensificação do Bolsa Família também é uma boa ferramenta para aceleração do processo de distribuição de renda e manutenção dos empregos, e deve vir acompanhada de outras medidas como atenuar ou isentar multas pelo não pagamentos de serviços públicos ou o ajuste fiscal dos Estados e Municípios.

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E políticas de crédito oriundos de bancos públicos e BNDES para estimular a economia e socorrer empresas e famílias.

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O quadro recessivo que se diagnostica para empresas tem sido desenhado por consultorias de Turnaround, em ações de administração de crise em War Rooms (salas de guerra). Lá, especialistas em gestão de crise e retomada monitoram constantemente caixa, resultados, margens, riscos, abastecimento, mapeamentos mercadológicos e todas as demais decisões. Com esse aparato e nível de informação, conseguem acesso a fontes de financiamentos que a maior parte das companhias no mercado não possuem.

Conseguir rapidamente controle e resultado sobre os passivos e ativos da empresa tem sido determinante para diferenciar aqueles que conseguem ter capacidade de reação daqueles que ficam aguardando os acontecimentos e que alguém lhes de uma receita para atenuar efeitos indesejáveis.

Certamente o futuro mostrará que os sobreviventes serão os que tiveram capacidade intelectual, recursos disponíveis e velocidade na quebra de paradigmas.

*Luis Alberto de Paiva é economista e presidente da Corporate Consulting

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