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Em vídeo, Ramagem nega relatório para defesa de Flávio Bolsonaro e revela busca contra servidor de inteligência

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Foto do author Rayssa Motta
Por Pepita Ortega e Rayssa Motta
Atualização:
 Foto: Agência Senado

O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, divulgou vídeo na noite desta terça, 6, afirmando que uma sindicância teria apontado que 'nada foi construído dentro' do órgão para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das 'rachadinhas'. Na mesma gravação, o chefe da Abin revelou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra um servidor de inteligência que teria supostamente vazado 'informações reservadas estruturais'.

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O conteúdo foi compartilhado no perfil do Twitter de Ramagem e também publicado no perfil do filho mais velho do presidente.

Segundo o diretor-geral da Abin, a sindicância contou com a participação de oficiais de inteligência, auditor da Controladoria-geral da União e membro da Advocacia-Geral da União e teria apontado que 'nenhum setor' do órgão teve acesso às pessoas físicas e jurídicas vinculadas ao relatório enviado para a defesa de Flávio.

Em dezembro a revista Época que revelou que integrantes da cúpula da Abin encaminharam orientações por escrito a advogados do senador Flávio Bolsonaro pelo WhatsApp - dois textos digitados diretamente no aplicativo e não compartilhados como relatórios de inteligência em arquivo timbrado da Abin ou papel digitalizado.

As orientações teriam se dado na esteira da reunião de defensores do senador com Ramagem e o ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pasta da Presidência ao qual a agência é vinculada. O caso é investigado pela Procuradoria-Geral da República.

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No vídeo divulgado na noite desta terça, 6, Ramagem citou a reunião e disse que na mesma foram tratados assuntos de segurança institucional. "Desde essa única reunião, não tratamos nem tramitamos sobre o tema, nem mais tivemos relacionamentos ou encontros com as pessoas que levaram esse tema", afirmou o chefe da Abin no vídeo.

Com relação às mensagens pelo Whatsapp encaminhadas à defesa de Flávio, Ramagem afirmou que os textos 'podem ter sido construídos por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo'. À revista Época, a defesa do senador havia confirmado a autenticidade e a procedência da orientação da Abin.

Em um segundo momento do vídeo, o delegado próximo à família Bolsonaro menciona que a sindicância teria identificado uma 'fonte de vazamento de informações sigilosas'. O chefe da Abin disse que as buscas contra o servidor foram cumpridas em sua estação de trabalho e residência. Em nota, o GSI indicou que a Corregedoria do órgão afastou o servidor e abriu um procedimento administrativo disciplinar.

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