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Em um ano repleto de desafios, turismo retoma suas atividades

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Por Marcos Arbaitman
Atualização:
Marcos Arbaitman. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Ele nem chegou, mas já traz consigo uma forte esperança para todo o mundo. Estou falando de 2021 que certamente será lembrado como o ano em que houve a maior vacinação em massa jamais vista no planeta. Nunca na história da humanidade ocorreu um processo de imunização tão extenso como o que há de vir.

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Ao redor do mundo, todos os setores econômicos estão vibrando com essas notícias, mas nenhum deles mais que o segmento do turismo que, ao lado da aviação comercial, foi um dos mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus.

Em tempos normais, o setor de turismo gera 7,2 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos e 8% do Produto Interno Bruto (PIB), algo em torno de R$ 530 bilhões. Mas o impacto da pandemia sobre o nosso segmento foi imenso. Para se ter uma ideia, o estudo "Impacto econômico do Covid-19: propostas para o turismo", elaborado FGV Projetos,  estima que  o Produto Interno Bruto (PIB) do setor  turístico brasileiro este ano será 46,9% menor do que em 2019, ficando em $ 143,8 bilhões.

Desde o início da crise sanitária, acreditei que só a vacina poderia trazer a normalidade para o nosso segmento, principalmente para o turismo internacional. Depois de meses de total paralisação, nosso setor começou a voltar lentamente à ativa no início do segundo semestre, quando percebemos que as pessoas passaram a fazer viagens a lugares próximos.

Neste final de ano, as viagens curtas, principalmente que podem ser feitas de carro, se intensificaram.Os destinos preferidos são Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu. O aumento dessa modalidade foi tanto, que está impactando a locação de veículos. Tenho amigos que possuem sítios na região de Itaipava, no Rio de Janeiro, que não encontram carros para alugar.

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Parte dos turistas, no entanto, vem optado por viajar de avião para destinos mais distantes como Salvador, Recife e Manaus. Graças a este movimento, nossa agência, a Maringá Turismo, faturou em novembro 52% do valor auferido neste mesmo em 2019.

Para atender à demanda, os hotéis estão seguindo todos os protocolos sanitários definidos pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo e os governos estaduais.  Entre os exemplos de protocolos de higiene, podemos dizer que os hotéis têm feito a desinfecção completa da unidade após a saída do hóspede. E, durante sua permanência, os funcionários limpam os apartamentos três vezes por dia para evitar a contaminação pelo coronavírus. Durante o café da manhã, a entrega de kits individuais substituiu os tradicionais bufês para evitar aglomerações em torno das mesas de serviço. Nas demais refeições, os alimentos e bebidas são entregues para consumo do hóspede na mesa, impedindo a formação de filas.

Além do turismo de lazer, o movimento do turismo corporativo está voltando aos poucos, porque as corporações não podem parar, precisam se mostrar, vender e crescer. E a área de eventos também se reinventou neste período, tendo realizado eventos virtuais ou híbridos. Por exemplo, a Central de Eventos, empresa do nosso grupo, realizou convenções online para empresas do setor farmacêutico em plena pandemia.

Mas normalidade só voltará com a vacinação em massa da população. E, neste aspecto, temos recebido excelentes notícias. O presidente Jair Bolsonaro acaba de lançar o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, que prevê numa primeira etapa a vacinação de 50 milhões de pessoas, que compõem o grupo prioritário.

O governo federal já está em negociação para a compra das doses com várias empresas. Entre elas estão aOxford/AstraZeneca, com produção na Fiocruz, e a Sinovac, produzida pelo Instituto Butantan, a Pfizer/BioNTech, a Janssen, a Moderna, a russa Gamaleya e a Moderna. O governo espera ainda a as vacinas do consórcio internacional da Covax,

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Aqui em São Paulo, a imunização contra a covid-19 deverá começar em 25 de janeiro, como anunciou o governador João Dória, com doses da vacina Coronavac,produzidas pela Sinovac e o Butantan.

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Fora essas iniciativas, existem mais de 160 outros estudos para o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Desta forma, acreditamos que já no primeiro semestre de 2021, teremos boa parte da população mundial protegida. E até o final do ano, a imunização deverá chegar às pessoas de todos os países, fazendo com que o mundo volte a funcionar da maneira que conhecemos.

Quando terminar a crise sanitária, esperamos que o Brasil trabalhe no sentido explorar todo o seu potencial turístico, o que não ocorre até hoje. Por ano, o País atrai pouco mais de 5 milhões de turistas estrangeiros ante os 73 milhões que visitam anualmente a França e os 54 milhões que passeiam pela Itália. Quando o Brasil descobrir o turismo, o setor certamente vai empregar 14 milhões de pessoas.

*Marcos Arbaitman é presidente do Grupo Arbaitman, formado pelas empresas Maringá Turismo, Central de Eventos e Lemontech. Foi secretário de Esportes e Turismo nas gestões dos governadores Mário Covas e Geraldo Alckmin

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