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Em reunião, Guedes expõe desentendimento no governo e diz que 'tem ministros querendo aparecer'

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Por Rafael Moraes Moura , Julia Lindner , Jussara Soares , Amanda Pupo (Broadcast), Marcelo Godoy , Rayssa Motta , Pepita Ortega , Paulo Roberto Netto e Bianca Gomes
Atualização:
O ministro da Economia Paulo Guedes durante a reunião ministerial de 22 de abril. Foto: Marcos Corrêa/PR

O ministro Paulo Guedes (Economia) expôs desentendimentos com integrantes do governo que defendiam um programa de obras e investimentos públicos para solucionar a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, durante a reunião do dia 22 de abril, cujo vídeo foi divulgado nesta sexta-feira por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles, Guedes citou a "digital" do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Assista:

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Guedes demonstrou desconforto com o fato de que integrantes do governo mencionaram o Plano Marshall para falar do Programa Pró-Brasil. Na visão de Guedes, isso é "um desastre" e revela "a falta de compreensão das coisas". "A retomada do crescimento vem pelos investimentos privados, pelo turismo pela abertura da economia, pelas reformas", defendeu Guedes no encontro.

Ele disse ainda que a agenda de investimentos públicos remonta ao que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) tentou fazer, criticou governadores 'querendo fazer a festa' e 'ministros querendo aparecer'. "Está cheio de gente pensando nessa eleição agora, e botando coisa na cabeça de todo mundo aqui dentro, que são governadores querendo fazer a festa, são às vezes ministros querendo aparecer, tem de tudo. E todo mundo vem aqui: 'vamos crescer, agora temos que crescer, tem que ter a resposta imediata, porque o governo vai gastar'. O governo quebrou! O governo quebrou! Em todos os níveis. Prefeitura, governador e governo federal", disse Guedes.

"O que nós conseguimos fazer? Nós sinalizamos o contrário. Nós desalavancamos banco público, reduzimos endividamento, baixamos juros e o Brasil ia começar a voar. Então se agente lançar agora um plano... Todo o discurso é conhecido: "acabar com as desigualdades regionais", Marinho, claro, está lá, são as digitais dele", emendou.

O ministro foi interrompido diversas vezes pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, que foi um dos responsáveis por apresentar o Pró-Brasil, mas sem a presença de nenhum integrante da Economia. Dias depois, o governo recuou do programa e Braga Netto fez uma nova coletiva. Desta vez, ao lado de Guedes, a fim de descartar desentendimentos.

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"Alguém, foi para a imprensa e falou 'Ó, vem um Plano Marshall aí e a economia está fora', que dizer, é enfraquecer o nosso, o nosso discurso num momento desse é uma tolice, é um atentado contra nós mesmos", reclamou Guedes.

Em seguida, Bolsonaro pediu a palavra e afirmou que ninguém pode "falar nada" para a imprensa. "Tem que ignorar esses caras, 100%. Senão a gente não, não vai para frente. A gente está sendo pautado por esses pulhas, pô. O tempo todo jogando um contra o outro", reagiu Bolsonaro. O presidente também disse que a mídia tenta jogar ele e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, um contra o outro.

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