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Em pedido de inquérito por homofobia, PGR já sugere ao Supremo inquirição de ministro da Educação pela PF

Leia a íntegra da petição enviada pelo o vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros ao Supremo Tribunal Federal; Em entrevista ao Estadão, o chefe do MEC atribuiu a homossexualidade de jovens a 'famílias desajustadas'

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Por Redação
Atualização:

O ministro da Educação, Milton Ribeiro. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Ao pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito por homofobia contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, o vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros já indicou diligência inicial a ser cumprida, 'com o objetivo preparar e embasar o juízo de propositura, ou não, da ação penal' - a inquirição do titular do MEC pela Polícia Federal. A eventual oitiva, que ainda deverá ser autorizada pela corte máxima, trataria das declarações de Milton Ribeiro em entrevista ao Estadão, na qual ele atribui a homossexualidade de jovens a 'famílias desajustadas'.

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O vice-PGR destacou que o chefe do Ministério da Educação proferiu manifestações depreciativas e fez afirmações ofensivas à dignidade de homossexuais. "A natureza dessas declarações implica, em tese, prática da infração penal prevista na parte final do art. 20 da Lei nº 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito, nos termos das teses firmadas pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26", registrou Humberto Jacques de Medeiros.

Na entrevista à repórter Jussara Soares, Milton Ribeiro disse que deve revisitar o currículo do ensino básico e promover mudanças em relação à educação sexual - disciplina que, segundo o ministro, é usada muitas vezes para incentivar discussões de gênero. "E não é normal. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, não concordo", afirmou o chefe do MEC

Após a divulgação do pedido de abertura de inquérito da PGR, o ministro da Educação divulgou nota de esclarecimento em seu Twitter afirmando que 'jamais pretendeu discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual'.

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"Diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa", afirmou Milton Ribeiro.

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