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Em Monte Alegre do Sul (SP), o antigo 'Sítio do Lula'

Antes de usar propriedade rural de Jacó Bittar, em Atibaia, ex-presidente frequentava o "Recanto Valeska', que pertence ao advogado e compra Roberto Teixeira; visitas de petista, antes de chegar ao Planalto, são parte da história local

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Por Ricardo Brandt
Atualização:

Sítio 'Recanto Valeska', em Monte alegre do Sul (SP): antes de Atibaia, Lula usava frequentava propriedade de Roberto Teixeira, seu compadre / Foto: Ricardo Brandt/Estadão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes de passar a usar o sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP) - alvo da força-tarefa da Operação Lava Jato -, frequentava outra propriedade rural, o Sítio Valeska, que pertence ao advogado Roberto Teixeira, seu compadre. São cinco áreas que formam o "Recanto Valeska", em Monte Alegre do Sul (SP).

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O sítio é a união de duas propriedade, o Valeska e o Ilh'arissa - batizados com nomes em referência às duas filhas do advogado. A propriedade tem características comuns com o sítio de Atibaia (SP), o Santa Bárbara - foco das investigações da Operação Lava Jato, como possível propriedade oculta de Lula. Ampla área de lazer, área de pesca, adega de vinhos e chalé para visitas.

A propriedade tem uma ilha particular num trecho privativo do Rio Camanducaia - origem do no Ilh'arissa, em homenagem a filha Larissa. E guarda muitas histórias do ex-sindicalista que virou presidente da República. Por causa da presença frequente do ex-presidente na cidade entre os anos 1980 e 1990, o Valeska é conhecido na cidade como "sítio do Lula".

CLIQUE PARA AMPLIAR Foto: Estadão

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Nos registros oficiais, a propriedade aparece em nome de Teixeira, da mulher dele, Elvira, e das filhas, Valeska e Larissa. A Mito Participações - que é dono do apartamento em que mora um dos filhos de Lula em São Paulo - também já teve parte das áreas. Em 2005, além de mudar os nomes das áreas que compõe o sítio em "Recanto Valeska", o compadre de Lula registrou todos como bem de família e local de moradia - afastando a possibilidade de penhora.

Roberto Teixeira mora em São Paulo e passa os fins de semana com a família em Monte Alegre, conhecida como a "terra do morango". Além do topógrafo de confiança indicado para medir e demarcar o terreno do sítio em Atibaia, o compadre de Lula tem um pedreiro que o acompanha desde que virou dono de terras na cidade. Conhecido como Guina, o braço-direito mora em um imóvel no bairro das Mostardas que pertence, segundo ele, a Teixeira. No local, numa parte disponível do imóvel para venda, uma placa indica o contato de um e-mail da Mito Participações e telefones em São Paulo.

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Propriedade que tem como contato a Mito Participações, da família de Roberto Teixeira e serve de moraria para pedreiro de confiança, em Monte Alegre / Foto: Ricardo Brandt / Estadão

As duas últimas visitas públicas de Lula ao local foram nos casamentos das filhas de Teixeira, Valeska e Larissa - na época em que ainda era presidente da República. Valeska é casada com o advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do petista. O ex-presidente petista foi padrinho do casal.

'Causos'. Entre os moradores, sobram "causos" sobre a época em que Lula ainda não era presidente e era visto com frequência em Monte Alegre. A "lenda" do cheque sem fundo deixado pelo ex-presidente em um boteco da cidade em sua época de sindicalista ainda é corrente. O Estadão procurou três ex-donos da birosca, hoje fechada, e o que resta é apenas a lenda.

 

"O Lula não saía daqui. Isso antes de ser presidente, na época que era sindicalista e depois quando passou a disputar cargos. Vinha tomar as cachaças dele aqui e vivia pela cidade", lembra Dirceuzinho, dono da única pousada urbana de Monte Alegre.

Boteco em Monte Alegre do Sul: cidade guarda a lenda do cheque sem fundo de Lula / Foto: Ricardo Brandt/Estadão

Conta ainda que na primeira disputa presidencial em que foi derrotado, Lula estevem no reveillon em Monte Alegre e foi barrado na porta do único clube da cidade.

Publicamente, Lula já ironizou as associações de propriedade do sítio do compadre, em Monte Alegre. Desde que assumiu a Presidência, em 2003, ele nunca mais foi visto circulando pela cidade. Já as histórias, voltaram às rodas de bate-papo.

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