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Em meio a ataques sem provas de Bolsonaro, Barroso cria programa para combater desinformação sobre eleições

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral afirma que iniciativa leva em conta tentativas de atingir 'a imagem e a credibilidade dos órgãos eleitorais, do sistema eletrônico de votação, o processo eleitoral e atores nele envolvidos'

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Por Rayssa Motta
Atualização:

Em meio aos ataques do presidente Jair Bolsonaro e da rede bolsonarista ao sistema eletrônico de votação e enquanto a Câmara dos Deputados discute a proposta de comprovante impresso do voto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou um programa de combate à desinformação sobre as eleições.

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Documento

A portaria

Na portaria que formalizada a iniciativa, divulgada na sexta-feira, 6, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, diz que o programa foi criado na esteira das tentativas de atingir 'a imagem e a credibilidade dos órgãos eleitorais, do sistema eletrônico de votação, o processo eleitoral e atores nele envolvidos'.

Barroso diz ainda que a disseminação de informações falsas pode representar 'risco a bens e valores essenciais à sociedade, como a democracia'.

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O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, em entrevista coletiva no Centro de Divulgação das Eleições. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O programa é permanente e, segundo a portaria, será guiado por um plano estratégico que ainda precisa ser definido e deve ser revisado de tempos em tempos. O grupo gestor do programa ainda não foi anunciado, mas representantes de instituições públicas e privadas interessados no projeto poderão participar, informa o TSE.

Pelo menos desde os dois últimos ciclos eleitorais, foram intensificadas as suspeitas levantadas sobre as urnas eletrônicas. Desde 2018, Bolsonaro vem repetindo que houve fraude no resultado da disputa e que ele deveria ter saído vitorioso já no primeiro turno. Até hoje, no entanto, não apresentou provas. Uma tentativa frustrada de ataque hacker aos sistemas do TSE, combinada a um atraso na contagem dos votos nas eleições municipais do ano passado, também foi usada por defensores do chamado voto impresso para distorcer informações sobre a segurança das urnas.

Os ataques ao sistema eleitoral vem escalando nos últimos meses, capitaneados pelo presidente, que passou a ser investigado no TSE e no Supremo Tribunal Federal pelas ameaças ao pleito. Como mostrou o Estadão, ministro da Defesa, Walter Braga Netto, através de um interlocutor político, chegou a condicionar a realização das eleições 2022 à adoção do comprovante impresso do voto. A retórica ganha força em um contexto em que as pesquisas de intenção de voto mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como favorito na disputa.

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