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Na agonia de Dilma, diretor da PF critica governo por negociação salarial sem proposta

Em mensagem interna, delegado Leandro Daiello avalia que 'instituição que investiga e combate a corrupção, sempre fiel ao regramento jurídico e de forma republicana, sai das negociações sem nenhuma sinalização de reconhecimento'

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:

Leandro Daiello. Foto: PF

Em meio à crise política sem precedentes que faz o governo Dilma agonizar, o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Leandro Daiello Coimbra, criticou duramente a administração por encerrar negociação salarial sem nenhuma proposta para os policiais. Em mensagem interna, ele afirmou. "Surpreendentemente' fomos informados, no final do dia (terça-feira, 10), de que as negociações estavam encerradas e que não haveria nenhuma proposta salarial."

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Daiello está no comando da PF desde 2011, início do primeiro mandato de Dilma. Durante sua gestão, a PF encadeou a maior ofensiva já realizada no País contra malfeitos em todas as instâncias e níveis da República. O ápice dessa cruzada é a Operação Lava Jato, que desmontou cartel e propinas na Petrobrás.

Na carta que dirigiu aos 'caros colegas', o diretor-geral destaca que a Direção Geral, 'em parceria com as entidades de classe representativas dos diversos cargos na Polícia Federal, negociava com o Governo Federal, via Ministério da Justiça e Ministério do Planejamento, Orçamentoe Gestão, um acordo em busca de recomposição salarial, além de garantias de fortalecimento institucional'.

"A surpresa decorre do fato de que, desde o final do ano passado, o assunto vinha sendo tratado e discutido, nos âmbitos técnico e político, com os referidos ministérios. Ainda ontem, a Direção Geral apresentou uma proposta de acordo, que foi analisada e discutida pessoalmente durante o dia, deliberando-se, em conjunto, pelo encaminhamento à mesa de negociação com as entidades de classe.

"Infelizmente o compromisso com a Polícia Federal não foi cumprido, especialmente o tratamento igualitário dispensado aos servidores da Advocacia Geral da União e Receita Federal, em termos salariais e de garantias institucionais, órgãos que defendem o governo e arrecadam tributos", argumenta Daiello.

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Na avaliação do chefe da PF, o governo não prestigia a corporação que estanca a sangria dos cofres públicos. "Assim, a instituição que investiga, combate a corrupção e apura irregularidades, sempre fiel ao regramento jurídico e de forma republicana, sai das negociações sem nenhuma sinalização de reconhecimento." Leandro Daiello afirma que a cúpula da PF não se curvará. "A Direção Geral, contando com a união de todos, garante que não recuará na luta pela valorização dos servidores e na busca por uma atuação independente e autônoma do órgão. Somente uma Polícia Federal forte, coesa e dedicada obterá sucesso na melhoria de condições de trabalho e de vida de todos os servidores."

LEIA A ÍNTEGRA DA MENSAGEM DO DIRETOR GERAL DA POLÍCIA FEDERAL

Caros colegas,

É de conhecimento de todos que a Direção Geral, em parceria com as entidades de classe representativas dos diversos cargos na Polícia Federal, negociava com o Governo Federal, via Ministério da Justiça e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, um acordo em busca de recomposição salarial, além de garantias de fortalecimento institucional.

Conforme notas divulgadas em setembro e outubro de 2015, o Governo Federal havia se comprometido a estender aos servidores da Polícia Federal os mesmos parâmetros de eventual proposta oferecida aos servidores da Advocacia Geral da União e da Receita Federal.

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Ontem, surpreendentemente fomos informados, no final do dia, de que as negociações estavam encerradas e que não haveria nenhuma proposta salarial.

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A surpresa decorre do fato de que, desde o final do ano passado, o assunto vinha sendo tratado e discutido, nos âmbitos técnico e político, com os referidos ministérios. Ainda ontem, a Direção Geral apresentou uma proposta de acordo, que foi analisada e discutida pessoalmente durante o dia, deliberando-se, em conjunto, pelo encaminhamento à mesa de negociação com as entidades de classe.

Infelizmente o compromisso com a Polícia Federal não foi cumprido, especialmente o tratamento igualitário dispensado aos servidores da Advocacia Geral da União e Receita Federal, em termos salariais e de garantias institucionais, órgãos que defendem o governo e arrecadam tributos.

Assim, a instituição que investiga, combate a corrupção e apura irregularidades, sempre fiel ao regramento jurídico e de forma republicana, sai das negociações sem nenhuma sinalização de reconhecimento.

A Direção Geral, contando com a união de todos, garante que não recuará na luta pela valorização dos servidores e na busca por uma atuação independente e autônoma do órgão. Somente uma Polícia Federal forte, coesa e dedicada obterá sucesso na melhoria de condições de trabalho e de vida de todos os servidores.

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Leandro Daiello Coimbra Diretor Geral

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