Em carta ao ministro demissionário das Relações Exteriores José Serra (PSDB) os advogados do ex-presidente Lula afirmam que o Itamaraty teria cometido 'erros factuais e conceituais' em um comunicado encaminhado ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça no dia 27 de janeiro.
Documento
DA DEFESA DE LULA A SERRA
No documento, o governo brasileiro pedia que o órgão internacional desconsiderasse a queixa protocolada pelo ex-presidente, referente a supostas violações de direitos humanos na Operação Lava Jato.
Na carta a Serra nesta seunda-feira, 20, os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins pedem que os responsáveis pelo documento do Itamaraty sejam identificados e o documento do Ministério retificado.
Para os defensores de Lula, três direitos do petista teriam sido violados na Lava Jato devido à divulgação de grampos com conversas pessoais do ex-presidente e seus familiares, à condução coercitiva dele e à suposta imparcialidade do juiz Sérgio Moro.
"As informações prestadas à ONU pecam pela falta de objetividade. São descabidas ilações, além de acusar indiretamente magistrados de terem se deixado influencias de uma forma indevida", segue o documento dos advogados ao Itamaraty.
Os documentos do Itamaraty foram encaminhados ao Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, em Genebra. As autoridades nacionais afirmam na defesa que o ex-presidente tem tido um processo "imparcial", versão que é contestada pela defesa de Lula.
A denúncia de Lula ainda está sob análise na ONU e não tem previsão de ser julgada.