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Bolsonaro recebe lista tríplice da PGR, mas não se compromete a segui-la

Escolha do presidente da República não precisa respeitar a lista tríplice e deve ser feita até o início de setembro, quando se encerra o mandato da atual procuradora-geral, Raquel Dodge

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Por Breno Pires/BRASÍLIA
Atualização:

Presidente da República, Jair Bolsonaro durante encontro com Fa?bio George Cruz da Nobrega, Presidente da Associac?a?o Nacional dos Procuradores da Repu?blica. Foto: Marcos Corrêa/PR

A dois meses do fim do mandato da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta sexta-feira a lista com os nomes dos três procuradores mais votados na eleição da categoria para sucedê-la. Em audiência de 30 minutos com o presidente da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), Fábio George Cruz da Nóbrega, Bolsonaro não se comprometeu a indicar um nome da lista tríplice, tradição que vem sendo mantida pelos três últimos presidentes da República, mas reconheceu o valor da eleição interna, feita após debates em diversas cidades no país.

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Os três mais bem colocados na votação interna foram: o subprocurador-geral Mário Luiz Bonsaglia (478 votos); a subprocuradora-geral Luiza Cristina Frischeisen (423 votos); e Blal Dalloul (422 votos, um a menos que Luiza), secretário-geral na gestão do ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

A escolha do presidente da República não precisa respeitar a lista tríplice e deve ser feita até o início de setembro. Os nomes apontados foram os subprocuradores-gerais Mario Bonsaglia e Luiza Frischeisen e o procurador-regional da República Blal Dalloul, que não estiveram no encontro. Também estão no páreo, por fora da lista, nomes como o subprocurador-geral da República, Augusto Aras, e a própria procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

"Ele (presidente Bolsonaro) falou que está analisando o currículo e perfil de todos aqueles que querem exercer a função e que decidirá sem pressa e com a cautela necessária, para definir esse que é um dos cargos mais importantes da República", disse Nóbrega, após o encontro, que teve a presença do ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência e da Secretaria de Assuntos Jurídicos.

O presidente da ANPR fez uma longa exposição sobre os motivos pelo qual a lista tríplice representa os melhores nomes para indicação do presidente. Ao final, disse à imprensa que está confiante de que Bolsonaro indicará um dos três nomes.

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 Foto: ANPR

 Foto: ANPR

 Foto: ANPR

"O Ministério Público Federal (MPF) tem papel essencial na otimização do sistema de justiça, nós temos ações que envolvem segurança pública, combate a corrupção e defesa de direitos fundamentais. Nossa expectativa, por ouvir durante muito tempo manifestações dele (Bolsonaro) no sentido de reconhecer a atuação e a importância da nossa instituição, sempre foi a de que irá respeitar a lista", disse.

Na audiência, o presidente da ANPR procurou desconstruir um discurso de que a eleição da categoria é corporativista, o que foi alegado por um supbrocurador-geral que se candidatou ao cargo sem se submeter à votação entre os colegas, Augusto Aras.

Diante do presidente Bolsonaro, Nóbrega também reforçou que as forças-tarefa de combate à corrupção, como da Lava Jato, Zelotes e Greenfield, demonstraram apoio à lista tríplice da categoria. A manifestação desses grupos de procuradores, indiretamente, representa a desaprovação a uma possível recondução da procuradora-geral, Raquel Dodge, que não concorreu na eleição interna mas já se disse disposta a permanecer, se escolhida por Bolsonaro.

"Para nós foi uma surpresa que a Dra. Raquel Dodge não tenha feito a inscrição no prazo indicado. O que eu posso dizer é que nossa instituição está completamente mobilizada em torno daqueles que se inscreveram e que de maneira clara pública e transparente viajaram o país, participaram de debates públicos", disse o presidente da ANPR.

O presidente Bolsonaro e o Planalto ainda não se manifestaram sobre a audiência com o presidente da ANPR.

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