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Eis o Coronel Lima

Polícia Federal sustenta, no documento de indiciamento de Michel Temer, que oficial da reserva da PM de São Paulo teve peso decisivo na 'engenharia' para captação de propinas supostamente destinadas ao presidente; PF pediu a prisão preventiva do amigo do emedebista

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Por Fabio Serapião , Luiz Vassallo , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:
Coronel Lima  

Em relatório de 819 páginas, a Polícia Federal dedica capítulos à parte para detalhar o papel do coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, na criação de uma 'engenharia' para o recebimento de propinas supostamente em nome do presidente Michel Temer (MDB).

 Foto: Estadão

Temer, sua filha Maristela, e outros nove investigados foram indiciados pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no inquérito dos portos, que mira suposto favorecimento de empresas do setor portuário por meio da edição de Decreto do emedebista em maio de 2017.

 Foto: Estadão

O relatório foi enviado ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, nesta terça, 16. A PF pediu a prisão de quatro alvos do inquérito, inclusive do Coronel Lima.

Barroso encaminhou o pedido da PF à Procuradoria-Geral da República. Enquanto a PGR não se manifesta, o ministro proibiu o amigo de Temer de sair do País.

 Foto: Estadão

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Segundo os investigadores, Coronel Lima, amigo de Temer há mais de 30 anos, e seu sócio Carlos Alberto Costa,'são os principais responsáveis pela criação da engenharia para recebimento de recursos indevidos, servindo para recebimento de acertos de 'propina' do setor portuário, conforme destacado ao longo do trabalho, sobretudo para custeio de despesas pessoais, familiares e de campanhas eleitorais do hoje presidente da República Michel Temer'.

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"Tendo sido apontado também que a estrutura montada por Lima e Costa serviu para outros "esquemas" decorrentes de tratativas e/ou compromissos financeiros ilegais firmados pelo Excelentíssimo Senhor Presidente Michel Temer, visando sua colocação posterior à disposição do Senhor Michel Temer, para destino e uso destes recursos", diz a PF.

 Foto: Estadão

A Polícia Federal ainda afirma que Lima e Costa 'agem em conjunto, encarregados de buscar soluções para dar aparência de regularidade em tais transações, como a simulação de prestações de serviços em contratos, confecção de recibos com falsidade ideológica, entre outros atos'.

"Havendo robustez de elementos que permitem afirmar que, João Baptista Lima Filho, sua empresa Argeplan, suas outras empresas e seus sócios compõem importante estrutura de capitação de recursos financeiros ligada ao senhor Michel Temer", sustenta.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE TEMER

O advogado Brian Alves, responsável pela defesa do presidente, disse que não se manifestaria porque não teve acesso ao relatório da Polícia Federal.

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COM A PALAVRA, A DEFESA DE ROCHA LOURES

O advogado Cézar Bittencourt, que defende Rodrigo Rocha Loures, também disse que não teve acesso ao relatório policial e, portanto, 'não há como se manifestar globalmente'.

"No entanto, nesse inquérito, Rocha Loures não estava sendo investigado pelos crimes organizado e lavagem de dinheiro. Mas, certamente, não há elementos para a PGR oferecer denúncia contra Rocha Loures", afirmou o advogado.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO CORONEL LIMA

Por meio de nota, os advogados Maurício Leite e Cristiano Benzota, responsáveis pela defesa do coronel João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, disseram estar 'perplexos' com o pedido de prisão feito pela Polícia Federal. Segundos os advogados, o coronel está 'afastado de suas atividades profissionais e, permanentemente, em sua residência cuidando da saúde'. "Sempre foram apresentadas todas as informações solicitadas pelas autoridades, por intermédio de sua defesa, o que torna o pedido de prisão desprovido de fundamento legal", afirmam os defensores.

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COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANTÔNIO CELSO GRECCO

O criminalista Fábio Tofic Simantob, que defende o empresário Antônio Celso Grecco, disse que ainda não conhece os fundamentos da Polícia Federal para o indiciamento. "Ainda não tivemos acesso ao relatório de indiciamento para saber quais são os fundamentos, os fatos nos quais eles se baseiam. Então, assim que tivermos acesso ao relatório vamos nos manifestar."

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