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Educação on e off: o futuro está no caminho do meio

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Por Carolina Siequeroli
Atualização:
Carolina Siequeroli. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A tecnologia impacta os mais diversos setores há anos e, cada vez mais, acompanhamos grandes avanços impulsionados pela Transformação Digital. O segmento de Educação experimentou essa evolução, especialmente, nos últimos 12 meses. A pandemia acelerou o processo de digitalização do método de ensino para muitas instituições. Isso porque, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, o acesso à educação presencial foi limitado em 156 países nesse período - mais de 1,7 bilhão de alunos se viram obrigados a praticar o isolamento social.

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A pandemia pegou todos de surpresa e ninguém esperava que essa situação de isolamento fosse se prolongar por tanto tempo. Por isso, muitas instituições que ainda não estavam digitalmente preparadas tiveram que correr atrás do prejuízo. Um levantamento do Instituto Datafolha indica que, entre crianças e adolescentes, 74% dos estudantes das redes públicas e municipais receberam algum tipo de atividade não presencial durante a pandemia. Esse número aumenta para 85% dos alunos se olharmos para a rede particular.

É fato que todos tentaram, mas é preciso ir além. A educação à distância (EAD) não se limita à adaptação das aulas presenciais para outras plataformas - transmitindo o conhecimento dos professores via streamings, com computadores, tablets e smartphones. É preciso repensar todo o modelo de educação, idealizando o ensino desde o minuto zero para ser remoto.

O modelo de EAD já era mais comum no Ensino Superior. De 2009 a 2019, as matrículas nessa modalidade cresceram 378,9%, segundo o Inep. São 12 anos de aprendizado com este formato para esse público e podemos pensar em como adaptá-lo, também, para crianças de forma permanente.

É claro que as aulas não serão 100% online, certamente este não é o mundo ideal. Mas é clara a tendência de um modelo híbrido, capaz de combinar o on e off para potencializar o aprendizado. Algo que já funciona bem - mesmo antes da pandemia, é o sistema de correções online. Para que o aluno possa treinar a escrita, por exemplo, ele não precisa, necessariamente, fazer isso na sala de aula presencialmente. Com a tecnologia é possível, hoje, fazer uma redação online e submetê-la à correção. Isso otimiza bastante o processo de correção e acelera o aprendizado.

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O ensino à distância pode proporcionar muitos benefícios, tanto para alunos, como para pais e estudantes. Ele permite flexibilizar a grade horária, evitando deslocamentos para as escolas todos os dias, por exemplo. Além de estimular as crianças e adolescentes com o uso da tecnologia para estudos. Esse é um grande potencializador do aprendizado.

Sobre este ponto, da tecnologia, precisamos pensar em como conseguir dar acesso ao EAD para todos os estudantes da mesma forma. A pandemia deixou claro que grande parte da população não tem estrutura para manter um EAD com qualidade - faltam dispositivos e, até mesmo, conexão.

Vale refletirmos sobre todos estes pontos para conseguirmos, realmente, potencializar o EAD como modelo. Esse modelo pode expandir o alcance da educação e, inclusive, inovar a forma como ensinamos e aprendemos no Brasil e no mundo todo.

*Carolina Siequeroli, cofundadora da startup Redação Nota 1000

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