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Educação, ciência e coronavírus

Por Marcos Paim
Atualização:
Marcos Paim. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A ciência nunca teve tanto prestígio quanto nestes tempos difíceis. Praticamente o mundo todo espera dela a solução para o grande desafio que enfrentamos, chamada covid-19. Na luta para salvar vidas, a ciência está por todos os lados, seja no desenvolvimento de testes para diagnóstico, medicamentos ou equipamentos, como os respiradores ou as máscaras de proteção para os heroicos trabalhadores da área da saúde.

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Ao encararmos uma pandemia que nos desafia em uma situação quase de ficção científica, as soluções para os problemas também precisam ser incríveis. Ou seja: rápidas e eficazes. Mas elas não são mágicas, uma vez que na ciência quase sempre só existe o método científico, que não é infalível, já que demanda tempo, esforço, estudo, persistência e investimento financeiro.

Gráficos, números, previsões, fórmulas químicas, simulações e ilustrações da covid-19 estão em todos os meios de comunicação disponíveis. O vocabulário científico da população certamente cresceu muito, e aqueles que conseguem compreender tais informações ajudam a salvar vidas, inclusive a própria.

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Com o auxílio da matemática e da computação, os modelos de crescimento de contágio são levados em consideração na tomada de decisões importantes, que envolvem desde a determinação do isolamento da população até a construção emergencial de hospitais.

Não se pode esquecer, porém, que para que se faça ciência - e por meio dela tenhamos todo o tipo de benefício que a sociedade atual pode oferecer -, é preciso ter uma educação de qualidade que possa inspirar estudantes, em especial os do Ensino Básico, a serem os cientistas que desenvolverão as vacinas, os medicamentos e até mesmo cobots médicos, um robô colaborativo que poderia trabalhar segura e incansavelmente em situações extremas, como esta em que vivem os profissionais de saúde em tempos de covid-19, no Brasil.

Educar nossos estudantes para que sejam resolvedores de problemas com conhecimento técnico e científico, atitudes e habilidades necessárias no século XXI, demanda um investimento comprometido com a qualidade de professores que proporcionem um ambiente de aprendizagem na escola no qual seja permitido aplicar o que se aprende em situações relacionadas ao mundo real (que é basicamente mostrar a razão pela qual se está estudando determinado assunto), testar e experimentar ideias em espaços físicos e virtuais de laboratórios, além de desenvolver nos alunos habilidades de trabalho em equipe, empatia, pensamento crítico, gerenciamento de projetos e outras habilidades necessárias a praticamente qualquer profissional.

Um dos caminhos para colocar esses elementos dentro das escolas, no dia a dia, é a aplicação da metodologia STEM, acrônimo em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. O STEM Brasil é um programa pioneiro que atua há mais de 10 anos no Brasil, proporcionando formações aos professores das escolas públicas de todas as regiões do país, apoiando-os na aplicação de uma metodologia ativa e prática, para citar apenas um exemplo da iniciativa de sucesso dentre as diversas que começam a se espalhar pelo país.

Em um momento em que a ciência não está apenas na cabeça dos brasileiros, mas também nos seus corações, precisamos pensar com carinho no futuro que ela terá no Brasil. Precisamos cuidar melhor da educação que oferecemos aos jovens, com um olhar especial para a preparação dos professores que ensinam em áreas desafiadoras, como matemática e ciências naturais, uma vez que eles podem fazer uma grande contribuição para que a ciência brasileira seja nosso porto seguro para uma vida cada vez melhor.

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*Marcos Paim, professor e diretor do programa STEM Brasil da ONG Educando

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