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"Eduardo Cunha era uma máquina de arrecadar dinheiro e impressionava todo mundo", diz Pedro Corrêa

Por Rafael Moraes Moura e Luiz Vassallo/ BRASÍLIA
Atualização:
Eduardo Cunha. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

BRASÍLIA - O deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) era uma "máquina de arrecadar dinheiro", disse em seu acordo de colaboração premiada o ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP), conforme depoimento divulgado no site da Câmara dos Deputados.

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De acordo com Corrêa, Eduardo Cunha - que teve o mandato cassado pela Casa em setembro do ano passado - estava por trás de um esquema de arrecadação de dinheiro da Petrobrás para abastecer o PMDB.Segundo Corrêa, Cunha recebeu "com certeza" parte do dinheiro que os ex-diretores da Petrobrás Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró conseguiram para o partido na eleição de 2006.

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Em agosto deste ano, a delação de Corrêa foi homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu manter o sigilo. O depoimento, no entanto, foi tornado público agora pela Câmara.

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"O Cunha foi uma máquina de arrecadar dinheiro, ele impressionava todo mundo, arrecadava dinheiro de todos eles, tinha coragem imensa", disse Corrêa, ao explicar como funcionava o esquema de corrupção instalado na Petrobrás.

"Eduardo Cunha eu tenho certeza recebeu parte do dinheiro que Paulo Roberto Costa (ex-diretor de abastecimento) e Nestor Cerveró (ex-diretor da área internacional) conseguiram para o PMDB na eleição de 2006, quando Paulo Roberto Costa tirou cerca de US$ 6 milhões do partido, que iam ser destinados para o PP, e entregou isso depois de uma reunião na casa do Renan (senador Renan Calheiros)", afirmou Corrêa.

SEDE. Corrêa também afirmou que foi procurado depois das eleições de 2002 por Cunha e pelo deputado federal Julio Lopes (PP-RJ), que teriam se queixado na época das dívidas de suas campanhas.

"Me procuraram pra me dizer que tinham gasto cada um deles R$ 5 milhões na eleição e que queriam saber como é que eles, o partido poderia resolver esse assunto deles e recuperar esses R$ 5 milhões. Na oportunidade, eu disse aos dois, 'Se vocês que acabaram de chegar em Brasília,forem com tanta sede ao pote, vão acabar cassados'", disse Corrêa.

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Corrêa ainda contou na sua delação que foi acertado inicialmente com Cerveró uma arrecadação de US$ 700 mil dólares para o PMDB em propina por mês. "Nestor Cerveró não conseguir cumprir o compromisso,que era muito alto evidentemente. Ele não tinha como, na diretoria internacional, conseguir US$ 700 mil por mês. Então foi indicada a substituição dele", comentou Corrêa.

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OUTRO LADO. Procurada pela reportagem, a defesa de Cunha informou que não teve acesso ao depoimento de Pedro Corrêa. O deputado federal Julio Lopes, por sua vez, não atendeu à ligação.

De acordo com a assessoria de Renan Calheiros (PMDB-AL), o peemedebista nunca participou da reunião relatada. "Jamais me reuni com Cunha, Henrique Eduardo, Jorge Luz ou Pedro Correia. Pelo contrário. Nunca mantive qualquer relação com eles!!!!! O arquivamento pelo Supremo de uma denúncia com base em delações fantasiosas, na semana passada,demonstra que a verdade dos fatos prevalece em relação a essas mentiras contadas por esses criminosos", disse o senador, em nota enviada pela sua assessoria de imprensa. (Rafael Moraes Moura e Luiz Vassallo)

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