Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso e Andreza Matais
O advogado Guilherme Gonçalves, alvo da Pixuleco II - 18.º capítulo da Operação Lava Jato - declarou que é titular de 'um escritório bem conceituado' situado em Curitiba e disse que presta serviços para o PT na área eleitoral. Também atuou em 'diversas campanhas' da senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) e para o marido dela, o ex-ministro do Planejamento do governo Lula, Paulo Bernardo.
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A ÍNTEGRA DA DECISÃO DE SÉRGIO MORO"Atuamos na área de direito eleitoral para o PT. Eu advogo no direito eleitoral desde 1996. Advoguei nas campanhas da Gleisi, várias campanhas, não só na última. Foram demandas corriqueiras na área eleitoral", disse Gonçalves. "Para o Paulo Bernardo advoguei pessoalmente em queixas crimes que propus como advogado dele."
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O advogado, que mantém sua banca no centro de Curitiba - base da Lava Jato - rechaçou com veemência que a versão de que não prestou serviços para a Consist Software, conforme suspeita a Polícia Federal. Agentes da PF fizeram buscas nesta quinta-feira, 13, no escritório de Gonçalves.
A Consist Software teria sido usada por organização criminosa para distribuir propinas a partir de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento. O novo esquema descoberto pela Lava Jato teria como coordenador o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, preso em Curitiba.
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O advogado Guilherme Gonçalves demonstrou perplexidade e disse ter ficado constrangido com a ação da PF em seu escritório. "Como advogado tenho prerrogativas. Se (a PF) tivesse solicitado eu levaria toda a documentação prontamente, sem restrições. É documentalmente comprovado que prestei serviços para a Consist, não existe nada de fachada. Tenho todos os documentos que mostram que houve sim prestação de serviços e consultoria para a Consist pela qual recebemos honorários advocatícios."
Gonçalves é categórico. "Facultei à Polícia Federal o contrato de honorários advocatícios com a Consist. O contrato é de 2010, juntei tudo o que eu podia. É tudo regular, inclusive o contrato foi aprovado pelo Jurídico da Consist. De fato, prestamos uma série de serviços. Eu acho constrangedor a conduta da Polícia Federal. Os policiais agiram absolutamente dentro dos conformes, mas tenho prerrogativas de advogado. Eu teria facultado acesso a tudo se eu tivesse sido intimado. Eu teria comparecido à Polícia Federal. No momento que a Polícia opta por uma busca é um susto, você fica sem saber o que fazer. Não havia necessidade. Tenho todas as notas emitidas, provei documentalmente que tem contraprestação de serviços."
LEIA A NOTA OFICIAL PUBLICADA PELA ASSESSORIA DE IMPRENSA DO ADVOGADO GUILHERME GONÇALVES
"A Polícia Federal esteve, nesta quinta-feira pela manhã, no escritório do doutor Guilherme Gonçalves para averiguar documentos relativos à empresa Consist Software, investigada na 18.ª fase da operação Lava Jato. Gonçalves prestou serviços de advocacia, consultoria e assessoria jurídica, devidamente documentados, para a empresa, conforme está firmado em contrato, e está em total cooperação com a Polícia na investigação, tendo facultado acesso a todos os documentos relativos a essa prestação de serviço. O escritório GRC Advogados, liderado pelo Dr. Sacha Reck, e do qual o advogado Guilherme Gonçalves não faz parte, não tem qualquer ligação com a Consist, visto que a prestação de serviços sempre foi feita diretamente por ele e sua equipe."
COM A PALAVRA, RUSSO
O presidente do diretório municipal do PT, Marco Bariao, o 'Russo', informou que Romano não é mais filiado ao partido. "O senhor Alexandre Correa de Oliveira Romano foi filiado ao PT de Setembro de 1999 a 22 de Setembro de 2005'.