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É preciso um novo capítulo para a carreira dos policiais federais

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Por Susanna do Val Moore
Atualização:
Susanna do Val Moore. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A segurança pública brasileira é composta por importantes órgãos policiais que trabalham com o dever de garantir a proteção da sociedade, cada qual com suas atribuições e competências. Dentre as instituições está a Polícia Federal, a única que atua no país inteiro contra os crimes de nível nacional. Ela exerce, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

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São algumas das funções da Polícia Federal investigar e elucidar crimes políticos, de corrupção, lavagem de dinheiro, desvios de recursos públicos, pedofilia, crimes ambientais e cibernéticos, contrabandos e tráfico de drogas, bem como exercer funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras.

O Brasil conta com aproximadamente 12 mil policiais federais, sendo 1.293 mil somente no Estado de São Paulo. Com 76 anos de trajetória e obtendo grandes avanços para a segurança pública, a Polícia Federal lidera a lista de instituições mais confiáveis entre os brasileiros, de acordo com pesquisa feita em 2019 pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação (INCT).

Neste dia 16 de novembro é comemorado o Dia do Policial Federal, data em que lembramos o importante trabalho dos profissionais que arriscam suas vidas, mesmo que em meio à desafios burocráticos ou de falta de recursos.

O Brasil ainda ocupa uma posição alarmante no ranking dos países mais violentos do mundo. Para que a PF possa aperfeiçoar seu papel na sociedade e contribuir para que a segurança pública brasileira avance, é preciso corrigir algumas lacunas existentes e atualizar o modelo de investigação, o qual está ultrapassado. Para isso, é fundamental um processo de modernização da instituição e que sejam colocados em prática na Polícia Federal o ciclo completo de polícia e a porta única de entrada, com carreira única.

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Atualmente, a Carreira Policial Federal é constituída por cinco cargos (Agente, Escrivão, Papiloscopista, Delegado e Perito) e, por não possuírem carreira única, os policiais não atuam em ciclo completo. Na prática, essa condição limita diversas funções do dia a dia dos profissionais e compromete a fluidez e o andamento das investigações. Soma-se a isso o tempo gasto com a excessiva burocracia e o alto custo que o modelo defasado gera.

A exemplo de como acontece nas carreiras policiais de países desenvolvidos, os profissionais mais capacitados e experientes atuam com dinamismo em suas funções, nos mais diversos campos de investigação, sejam eles na rua, na formalização das denúncias, na busca de informações ou nas diligências.

Desta forma, os policiais se envolvem em todas as atividades do início ao fim da elucidação de um crime e dominam com propriedade todo o percurso da investigação. Por isso a importância de um plano de carreira com porta única de acesso, que valorize os servidores conforme a produtividade e desempenho.

Com a modernização da estrutura, os profissionais teriam as mesmas oportunidades de ascender na carreira, de acordo com a capacitação, mérito e experiência de cada um. Esse cenário proporciona mais estímulo aos policiais, como também resulta em um trabalho mais eficiente e qualificado da instituição para fazer do Brasil um país mais seguro.

*Susanna do Val Moore, agente da Polícia Federal, é presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de São Paulo (SINPF-SP)

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