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É momento de criar mais redes e fortalecer as organizações do Terceiro Setor

Por Renata Chagas
Atualização:
Renata Chagas. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Logo no início da crise, foi reforçada minha preocupação sobre o impacto que a pandemia iria gerar na sustentabilidade e sobrevivência das organizações do terceiro setor no país, principais articuladoras no atendimento às populações vulneráveis.

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Como estou à frente do Instituto Neoenergia, que tem como propósito fomentar o desenvolvimento sustentável, por meio das articulações e parcerias em projetos e ações com mais de 15 ONGs no Brasil, nos pilares Formação & Pesquisa, Arte & Cultura, Biodiversidade & Mudanças Climáticas, Ação Social e Colaboração Institucional, sinto também, como parte de minha responsabilidade, escrever esse artigo, conclamando outras lideranças de fundações, institutos e empresas, para pensarem em como podemos fazer mais para ajudar a sustentabilidade destas organizações, principais braços de atendimento das populações mais vulneráveis no Brasil, e vias importantíssimas de diálogo na sociedade, para a redução de desigualdades e de conexão do tecido social.

Nessa trágica crise humanitária global, não há certezas para ninguém. É um paradigma novo a todos nós, o qual vamos acompanhando a evolução dos fatos, nos adaptando e estudando soluções para criar ações efetivas que respondam emergencialmente à pandemia, ao mesmo tempo em que, diariamente, uma pergunta vem a nossa mente: como se reconfigurará e será nosso futuro? E, ouso respondê-la, dizendo que o momento é de criarmos mais redes para fortalecermos as organizações do terceiro setor. 

É fascinante ver como as organizações da sociedade civil se redesenharam rapidamente, mobilizando pessoas físicas, por crowdfunding, acionando empresas e institutos do entorno, para suprir a necessidade primordial desse momento, a de salvar vidas, garantindo mais segurança alimentar, materiais de higiene, usando ou criando canais de comunicação comunitários para combater a desinformação, muitas instituindo comitês de gerenciamento da crise, que definem como serão distribuídos os recursos e quais ações  devem impulsionar para o enfrentamento e prevenção à COVID-19. No entanto, essas ONGs, geralmente, captam recursos para seus projetos por meio de editais públicos e privados, de doações pontuais de pessoas físicas e promovendo ações, como jantares beneficentes, bingos, leilões sociais, ou crowdfunding, para sua subsistência. Muitas têm como missão o desenvolvimento, por exemplo, de projetos de arte, cultura e esporte, que acontecem em espaços públicos dirigidos a crianças e adolescentes, que, naturalmente, com o isolamento, pararam de funcionar, mas que têm tentado se reconfigurar, com apresentações e divulgações em seus canais nas redes sociais, assim como outras mobilizaram seus parceiros, para a doação de recursos a essas comunidades.

Neste momento, creio também no fortalecimento da rede de lideranças de Institutos, Fundações e Empresas para compartilharmos mais nossas experiências, ações e até metodologias de gestão que estamos aplicando, para o intercâmbio de conhecimento de melhores soluções que atendam a essa nova realidade. Com esse propósito, começo relatando as ações do Instituto Neoenergia no enfrentamento à pandemia, para incentivar mais pessoas a relatarem suas ações e pensarmos, juntos, em novos projetos e, quem sabe, alianças estratégicas de fortalecimento da rede, que resultem em mais sustentabilidade e contribuição às ONGs. Minha crença de que entre Institutos e Fundações não há concorrência, mas sim parceria e sinergia, nunca fez tanto sentido como agora.

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No início da pandemia, redesenhamos nosso orçamento anual, destinando mais de R$ 2 milhões para ações emergenciais, como a distribuição de quentinhas em seis comunidades,  fortalecendo microempreendedores e organizações sociais, no Rio de Janeiro e São Paulo, em parceria com o CIEDS; o apoio ao Fundo Transforma, numa ação de engajamento dos colaboradores de todas as empresas da Neoenergia, para a distribuição de cestas básicas no país, com o compromisso de triplicarmos cada doação do público interno; e o lançamento de um novo edital do Programa de Aceleração Social Impactô, em parceria com o Instituto Ekloos, dirigido a organizações do terceiro setor das cidades do RJ e São Paulo, as quais 16 serão selecionadas, recebendo um investimento emergencial de R$ 20 mil, além de capacitação em gestão aos líderes, esse edital ainda está com suas inscrições abertas no site do Instituto Ekloos até 1 de junho. Além das ações do Instituto Neoenergia, todas as empresas da Neoenergia vêm realizando e apoiando ações de enfrentamento à Covid-19 em suas regiões, de acordo com as demandas e em parceria com organizações sociais e a administração municipal das cidades onde estão presentes.

Desejamos poder fazer mais. Estamos num momento difícil e, eu como muitos, sempre termino o dia pensando "Vai Passar", mas estou focada de que há algo que podemos construir a partir dessa pandemia, e, pra nós, é o de construir um legado de sustentabilidade, não para nos destacar ou exaltar como Instituto, mas que, principalmente, ajude as organizações da sociedade civil e do terceiro setor a continuarem a desenvolver esse importante trabalho de atendimento às populações vulneráveis que prestam à sociedade, conectando pessoas, organizações e redes na redução das desigualdades de nosso país. Segue meu e-mail para fortalecermos essa rede: renata.chagas@neoenergia.com

*Renata Chagas, diretora-presidente do Instituto Neoenergia

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