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'É importante ocupar a rua e mostrar que esse espaço nos pertence', diz ciclista de grupo atacado por motociclista com spray de pimenta na Paulista

Grupo com 47 ciclistas foi alvo de um ataque com spray supostamente de pimenta na Avenida Paulista e vídeo viralizou nas redes sociais; o motociclista que disparou a substância ainda não foi identificado

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Foto do author Maria Isabel Miqueletto
Por Maria Isabel Miqueletto
Atualização:

Grupo foi atacado por motociclista ainda não identificado. Foto: reprodução

Um grupo com mais de 40 ciclistas foi atacado por um motociclista com o que acreditam ser spray de pimenta enquanto fazia um trajeto na Avenida Paulista, em São Paulo. Vídeo gravado por uma câmera na bicicleta de uma das participantes mostra a ação e viralizou nas redes sociais. Ninguém ficou ferido. O motociclista ainda não foi identificado.

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O caso ocorreu na última quarta-feira, 24. A analista de CX, Karoline Coimbra, co-fundadora do Vespas Bike Gang, que organizou a pedalada, conta que a maioria das 47 mulheres participantes foi atingida. O grupo ficou uma hora parado na rua para que elas se recuperassem da tosse e da ardência nos olhos. Agora, reúnem relatos e informações para fazer um boletim de ocorrência.

Nas imagens, é possível ver o momento em que o motociclista se aproxima do grupo e dispara uma substância nas ciclistas. Elas afirmam que, antes disso, ele havia passado por elas outra vez.

Confira o vídeo:

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"Antes, acontecia só a agressão do trânsito, motorista que xinga, que tira 'fina', mas uma agressão com vontade de machucar muitas pessoas não", diz a co-fundadora. Ela foi a primeira a ser atingida pelo spray. Depois de o vídeo viralizar nas redes sociais, conta que receberam vários relatos de casos semelhantes de ciclistas que pedalam sozinhos. 

Apesar do ataque, Karoline acredita que é importante, para o grupo de mulheres, ocupar a rua e continuar pedalando. "É muito empoderador, é um desafio diário. A gente não deixa de sofrer assédio e de passar pelas insegurança no trânsito, mas como mulher a gente sabe que esse lugar nos pertence e queremos estar na rua", ressalta.

As participantes da pedalada no dia em que foram atacadas. Foto: arquivo pessoal

O grupo, que só aceita pessoas que se entendam como mulheres, surgiu em setembro de 2018 e, neste mês de novembro, voltou a promover pedaladas. "É um espaço em que estamos entre iguais, sem assédio, e com espaço para conversar sobre o que passamos na bicicleta", pontua.

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