O ódio, contratado por seus parceiros milicianos
para assassinar o amor,
arquitetou uma emboscada.
Nenhuma piedade e muita dor
estavam nos seus planos.
Fingindo-se crente em Deus
e defensor da "família, dos bons costumes e da moral",
levou consigo uma arma adrede preparada.
Com ela, daria à vítima o derradeiro adeus.
Ele adora arma,
sobretudo fuzil ou algo ainda mais letal!
O amor, sempre benevolente
e sem maldade,
ao ver o ódio, foi ao seu encontro,
sorrindo, abraçar-se a ele candidamente,
com humildade;
o algoz o achou um tonto
e lhe deu um tiro à queima-roupa.
Ouviu-se um estouro!
O ódio saiu pulando de euforia.
Trouxa!
Mal ele sabia
que o amor é imorredouro,
não busca vingança,
apenas justiça.
E que, com esta, tem uma indelével aliança.
*João Linhares, integrante da Academia Maçônica de Letras de MS. Promotor de Justiça desde 2000. Mestre em Garantismo e Processo Penal pela Universidade de Girona, Espanha. Especialista em Jurisdição Constitucional e Direitos Fundamentais pela PUC - RJ