O governador de São Paulo João Doria (PSDB) apresentou uma nova queixa-crime contra o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) nesta terça-feira, 24, por causa de posts nas redes sociais que, na avaliação do tucano, ofendem sua honra. Doria alega sofrer crimes de calúnia, difamação e injúria.
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'CLARO INTENTO OFENSIVO'Segundo o advogado Fernando José da Costa, constituído por Doria, o senador compartilha matérias com 'claro intento ofensivo, extrapolando o direito à liberdade de expressão'.
Esta não é a primeira queixa-crime que Doria apresenta contra Kajuru por crimes contra a honra.
Em abril, o senador declarou em entrevista que o governador era 'chumbrega', 'escória', 'vazio' e 'inculto'. Em resposta, ele afirmou que "tem que levar no bom humor, né? Ser processado por uma figura que nem ele, um picareta social".
Nesta nova ação, o advogado de Doria alega. "Dentre as últimas ofensas, o querelado qualificou o atual Governador do Estado de São Paulo como 'sujo', 'mentiroso', 'picareta social', 'falso', 'gângster anti Brasil', 'malandro', 'lixo não reciclável', 'bandido', 'canalha', 'ingrato' e 'vigarista', além de sugerir de forma aviltante à sua reputação profissional que João Doria comandaria uma 'quadrilha dos Detrans', teria nomeado uma 'amante em cargo especial', além de outros fatos caluniosos e difamatórios.".
Fernando José da Costa computou dezoito 'expressões injuriantes' de Kajuru contra Doria.
Ele alega que as declarações do senador 'extrapolam a sua função política' e 'não estão relacionadas à atividade legislativa vinculada ao cargo'.
O advogado afirma que Kajuru 'se aproveita de seu maior prestígio e visibilidade na mídia enquanto senador para, dolosamente, ofender a honra objetiva e subjetiva de João Doria'.
Como evidência, Doria apresenta diversos prints de compartilhamentos de Kajuru no Twitter, Facebook e Instagram.
Um exemplo é uma matéria do portal Agora Paraná, que segundo a defesa de Doria 'carece de qualquer credibilidade". O tucano pede que o secretário de Transportes do Estado, Alexandre Baldy, seja ouvido como testemunha.
"A disseminação de fatos e palavras ofensivas à honra subjetiva, ou seja, sua dignidade e decoro, não está de modo algum ligada às 'opiniões, palavras e votos' relativos ao exercício do mandato ou a uma simples e legítima crítica", traz a queixa-crime.
Segundo a representação, Kajuru tem ciência de que suas palavras jamais seriam críticas, mas de fato ofensivas à sua honra subjetiva. "Ainda mais levando-se em conta que o querelado já foi condenado por crimes contra a honra e ainda responde a inúmeros outros processos por condutas semelhantes", conclui.
COM A PALAVRA, KAJURU
A reportagem fez contato com o senador Jorge Kajuru. Ele não se manifestou sobre a queixa-crime de João Doria.