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Dora Cavalcanti cobra 'célere apuração' sobre denúncia de propinas e tráfico de influência no Tribunal de Ética da OAB São Paulo

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Por Redação
Atualização:
A criminalista Dora Cavalcanti. Foto: Divulgação

A criminalista Dora Cavalcanti, pré-candidata à presidência da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, cobrou nesta terça-feira, 17, uma 'célere apuração' envolvendo as suspeitas levantadas pela Operação Ateliê, ofensiva aberta nesta segunda, 16, para investigar supostos crimes de corrupção, tráfico de influência, advocacia administrativa e associação criminosa no Tribunal de Ética e Disciplina da entidade. A advogada se diz preocupada com os esclarecimentos prestados pela atual gestão sobre o caso, em nota classificada por ela como genérica e que 'nada de concreto informa aos inscritos' da entidade.

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"A célere apuração dos fatos, respeitado o direito de defesa, é de interesse de toda a advocacia paulista, para que não paire qualquer dúvida sobre quem tem o dever de fiscalizar o exercício da advocacia. É preciso circunscrever o problema e atuar com máxima transparência para que um episódio pontual não manche a imagem da própria entidade perante a classe e a sociedade em geral", defendeu Dora em nota.

Além de Dora, outros pré-candidatos à presidência da OAB-SP manifestaram indignação ante os detalhes da ofensiva da PF, entre eles o advogado Leonardo Sica e o advogado Mário de Oliveira Filho.

A seccional da OAB São Paulo elegerá seu novo presidente em novembro. A atual gestão da entidade sofreu um racha em junho, quando um grupo de 37 conselheiros e diretores assinaram carta de dissidência, criticando a intenção do atual presidente, Caio Augusto Silva dos Santos, de disputar a reeleição e questionando a não-implementação do voto online no pleito da entidade.

Deflagrada nesta segunda-feira, 16, a Operação Ateliê cumpriu seis mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santana de Parnaíba e Jundiaí. De acordo com a PF, dois advogados foram cautelarmente afastados de suas funções na entidade.

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A PF indica que, com as investigações, não foi só possível indícios da prática dos crimes investigados, mas também foram identificados 'outros casos aparentemente análogos ao caso', além de indícios da participação do advogado Fernando Calza de Salles Freire, conselheiro federal da OAB (atualmente licenciado da função), no esquema criminoso. Ele disse à reportagem do Estadão que 'a operação (da Polícia Federal) está sob sigilo' e não quis se manifestar.

A investigação é um desdobramento da Operação Biltre, que mirou um grupo formado por um empresário e dois advogados, um deles membro do Conselho Secional da OAB, por suposta solicitação de propina de R$ 250 mil para atuar junto ao Tribunal de Ética e Disciplina da entidade para encerrar processos disciplinares em tramitação, bem como retirá-los de pauta. Na ocasião, a OAB-SP registrou que foi determinada apuração interna sobre o caso.

Em nota divulgada sobre a 'Ateliê', a OAB-SP afirmou que nenhum conselheiro ou integrante da atual gestão foi alvo das diligências e reforçou a investigação interna aberta após a deflagração da Operação Biltre.

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