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Doleiro desmaia na carceragem e é levado para UTI em Curitiba

Alberto Youssef teve queda de pressão no almoço e foi levado para o hospital; caso seja confirmado, esse será o seu 3º enfarte desde que entrou na mira da PF

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Por Redação
Atualização:

Por Fausto Macedo, Ricardo Brandt e Mateus Coutinho

 Foto: Geraldo Magela/Estadão - 30.01.2006

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O doleiro Alberto Youssef foi encaminhado na tarde deste sábado, 25, para a UTI do hospital Santa Cruz, em Curitiba, após sofrer forte queda de pressão na hora do almoço (cera de 13h), chegando a desmaiar na carceragem após a refeição. A suspeita é de ele que tenha sofrido um enfarte, mas o doleiro ainda será submetido a exames cardiológicos. "É o estresse pelo qual está passando, é natural. Mas não tem diagnóstico ainda", afirmou o advogado de defesa do doleiro, Antonio Figueiredo Basto.

Caso se confirme o enfarte, essa será a terceira vez que ele sofre de parada cardíaca desde que caiu no radar da PF. A primeira foi no ano passado, quando ainda era monitorado pela PF, sem saber. Nas conversas interceptadas com autorização judicial, ele e seus subalternos comentam o episódio em que o doleiro esteve internado por conta de problema no coração. Já em 2014, após ser preso, ele teve outra internação em julho, quando chegou a passar por um cateterismo.

Principal alvo da Operação Lava Jato, que teria lavado cerca de R$10 bilhões, o doleiro está preso na carceragem da Polícia Federal no Paraná. Ele é acusado de liderar um esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propinas a políticos envolvendo a Petrobrás que abasteceu o PP, PT, PMDB e também o PSDB.

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Alvo de 4 ações penais na Justiça Federal do Paraná, Youssef decidiu fazer uma delação premiada e vem prestando depoimentos ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, nos quais revelou que o ex-presidente Lula  teria dado uma ordem em 2010 ao então presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, para que ele resolvesse uma pendência com uma agência de publicidade suspeita de integrar o esquema de corrupção na estatal. O doleiro, contudo, não apresentou nenhum detalhe ou prova.

Os depoimentos estão sendo tomados em sigilo e ainda serão submetidos ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que vai decidir se homologa ou não o acordo. Caso seja homologado, o doleiro poderá conseguir atenuar sua pena.

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Além disso, segundo o depoimento do empresário Leonardo Meirelles - apontado como "testa de ferro" do doleiro - à Justiça Federal, Youssef também atuava para membros do PSDB. "Em uma das ocasiões eu estava na sala, teve um contato telefônico do Alberto Youssef quando do qual surgiu o nome (Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB morto neste ano)", declarou Meirelles em uma das audiências da Operação Lava Jato que, diferente da delação, não ocorrem sob segredo de justiça. O empresário chegou a citar ainda um "padrinho político" do doleiro ligado ao PSDB, da região do Paraná.

Após o episódio, a defesa de Youssef pediu uma acareação com Meirelles, que já informou para a Justiça que está à disposição para falar sobre o assunto com o doleiro.

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