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Doleiro nega extorsão a donos de empreiteiras

Advogado de Alberto Youssef diz que versão de empresários 'é estratégia'

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Por Redação
Atualização:

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba

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A defesa do doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, negou nesta quinta feira, 20, que ele tenha extorquido dinheiro de empreiteiras para pagar propinas a políticos. O vice-presidente da Mendes Jr., Sérgio Mendes, declarou à Polícia Federal na terça-feira, 18, que depositou R$ 8 milhões nas contas das empresas do doleiro. Segundo ele, Youssef agia em nome do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa.

"Não existe extorsão. Isso tudo é uma estratégia", reagiu o criminalista Antônio Figueiredo Basto, que defende Youssef.

O doleiro está preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato. Ele aceitou fazer delação premiada e apontou políticos, agentes públicos e empreiteiras que usaram sua lavanderia de dinheiro ilícito.

Outro advogado de Youssef, Tracy Reinaldet, afirmou que a acusação dos empreiteiros é inconsistente. "Alberto Youssef nunca fez extorsão de dinheiro contra quem quer que seja."

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Investigadores acreditam que está em curso uma estratégia da defesa de alguns empreiteiros citados na Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato, para neutralizar o peso das acusações dos principais delatores do esquema de propinas e corrupção na Petrobrás - Youssef e Paulo Roberto Costa.

Para os investigadores, a versão dos empresários de que foram alvo de exigências de propinas para ter contratos firmados ou mantidos com a estatal petrolífera pode ser uma forma de tentar enfraquecer as denúncias e inverter os papéis - neste caso, eles passariam de corruptores a vítimas da ação do ex-diretor de Abastecimento e de Youssef.

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