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Doleiro de Sérgio Cabral entrega caminhos do dinheiro sujo no País

Marcelo Chebar, um dos delatores do ex-governador do Rio, relatou à Lava Jato fluminense detalhes sobre ‘a movimentação ilícita de recursos no Brasil’

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:
 Foto: Estadão

Em depoimento ao Ministério Público Federal, o doleiro Marcelo Chebar, um dos delatores do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), deu detalhes sobre 'a movimentação ilícita de recursos no Brasil'. Chebar declarou ser 'comum', no País, a custódia de valores ilícitos em transportadoras de valores.

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Segundo o doleiro-delator, a movimentação ilícita de dinheiro 'envolve três atividades principais: (l) custódia, (2) transporte e (3) liquidação'. A custódia, afirmou, fica a cargo de 'doleiros que enviam os recursos para o exterior e os mantém em contas bancárias internacionais, ou em locais no Brasil onde reais são armazenados'.

O depoimento foi prestado em 24 de janeiro deste ano. Marcelo e seu irmão Renato Chebar controlavam contas secretas de Cabral no exterior, afirma a Procuradoria.

"Também é comum custodiar em salas alugadas exclusivamente para esse fim; que o transporte de valores se dá, em regra, da seguinte forma: um funcionário carregando o dinheiro (liquidante), acompanhado de dois seguranças", explicou. "O liquidante transporta os valores no corpo, por meio da utilização de meias elásticas e calças largas, ou então em mochilas e pastas."

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À Procuradoria, Marcelo Chebar contou que 'para a entrega de valores geralmente é combinada uma senha, que é exigida para que o dinheiro seja entregue (ex: "melancia")'. Segundo o delator, o repasse de dinheiro 'podia se dar em hotéis, apartamentos alugados via AirBnb, ou escritórios alugados por apenas um dia (ex: Regus)'.

"Após o dinheiro ser entregue é feita a liquidação dos valores, fazendo a compensação dos créditos e débitos; Que é possível a utilização de interpostas pessoas para ocultar o real proprietário dos bens, bem como a utilização de interpostas pessoas em cascata, dificultando o rastreamento dos recursos (ex: 'laranja do laranja')", declarou.

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