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Doleiro da Lava Jato prepara biografia

Cumprindo pena em regime aberto em São Paulo, Alberto Youssef pediu autorização - negada inicialmente - ao juiz federal Sérgio Moro para ir a Londrina, sua cidade natal, ‘fazer pesquisas e buscar documentos e informações’ para contar sua história

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Por Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:

Alberto Youssef. Foto: Vagner Rosario/Futura Press

O doleiro mais famoso da Operação Lava Jato quer eternizar sua história. Alberto Youssef, que revelou as entranhas do esquema de corrupção instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014, pediu ao juiz federal Sérgio Moro licença - negada inicialmente pelo magistrado - para ir a Londrina (PR), onde nasceu, buscar documentos que, segundo ele, vão ajudar a desenvolver sua biografia.

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A defesa de Youssef relatou a Moro que o doleiro fechou um acordo com uma editora e um autor/biógrafo 'para lançamento de uma obra literária, de não ficção, do gênero biografia, tipo reportagem'.

Youssef foi preso na Operação Lava Jato em março de 2014. A força-tarefa do Ministério Público Federal o acusou de ser o principal operador de propinas no bilionário esquema de corrupção na Petrobrás. Ele e o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, que também fez delação, atuavam como tentáculos do PP na arrecadação de propinas.

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O doleiro passou 2 anos e 8 meses na prisão. Deixou o cárcere em novembro de 2016 e está morando em São Paulo.

A defesa de Youssef relatou a Moro que os contratos do futuro livro 'preveem que o autor deverá entregar os originais da obra até 31 de dezembro de 2017'.

"Está clausulado (cláusula 1.ª, parágrafo primeiro) que o biógrafo, no caso Alberto Youssef, deverá disponibilizar documentos e (cláusula 9.ª) colaborar com o autor na elaboração da obra", narrou a defesa.

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"Tais contratos impõem ao colaborador neste trabalho lícito que gerará recursos para sua subsistência, se deslocar até sua cidade natal, Londrina/Paraná com a finalidade de fazer pesquisas e buscar documentos e informações que serão repassadas ao autor da obra, conforme previsto em contrato."

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Youssef queria ficar em sua cidade natal entre 2 e 7 de agosto. O doleiro, condenado na Lava Jato e cumprindo pena em regime aberto, em São Paulo, pediu autorização a Moro em 28 de julho sob a alegação de 'razões pessoais e familiares'. O Ministério Público Federal foi favorável ao pedido, mas o juiz não autorizou.

Ao negar a solicitação de Youssef, na terça-feira, 1, o magistrado afirmou que a defesa não havia apresentado 'quaisquer esclarecimentos sobre a necessidade da viagem'. Moro anotou que o argumento da defesa era 'genérico'.

Na quarta-feira, 2, a defesa de Youssef pediu para que o juiz da Lava Jato reconsiderasse a decisão e explicou que a viagem estava ligada à biografia do doleiro.

"Considerando o custo das passagens aéreas e a necessidade de autorização judicial para realizar a viagem, requer-se seja deferido a autorização para o mês de agosto, se comprometendo o colaborador, em sendo deferido o pleito, informar antecipadamente as datas de ida e retorno (viagem que não excederá 5 dias), informando desde já que será mantido o endereço já declinado para cumprimento da limitação noturna", requereu a defesa de Youssef.

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O magistrado ainda não decidiu sobre o novo pedido.

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