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Do tech ao touch: os desafios da medicina do futuro

Por Ana Cláudia Pinto
Atualização:
Ana Cláudia Pinto. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A conexão entre tecnologia e saúde não é nova. Já vem acontecendo, principalmente quando o assunto é inovação em saúde. Novas tecnologias sempre trouxeram avanços à medicina. O ponto nessa discussão era se haveria aumento ou redução de custos, pois tecnologia agregava mais custos à saúde, diferentemente do que acontecia em outras áreas de mercado.

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Mas, de repente, veio a pandemia e a telemedicina passou para o centro dos debates, gerando muita discussão com opiniões distintas. De um lado, aqueles que viam a tecnologia como uma aliada na gestão da saúde durante o isolamento social provocado pela Covid-19. Do outro, os que não imaginavam como incluir as duas palavras na mesma frase. De um lado, o 8. Do outro, o 80. E, enquanto isso, a realidade pouco a pouco se impunha misturando as duas coisas sem que ninguém pudesse impedir e nem criticar, já que trazia consigo grandes benefícios.

A chegada da pandemia do coronavírus jogou o holofote para a questão. Logo, a telemedicina, tão questionada no passado, apareceu como solução para o futuro. Foi, então, que veio a constatação: o futuro da saúde está atrelado à telemedicina, é um caminho sem volta. Mas, não é só à ela. A mudança precisa ser muito mais profunda do que isso. A saúde pede mais, e a saúde terá mais.

A complexidade do ser humano exige a união harmoniosa entre o tech e o touch. A preocupação não é mais como conectar médicos a pacientes, exames a diagnósticos, mas como cuidar das pessoas de uma forma bem mais personalizada, aprofundada e eficiente, de uma forma que seja capaz de criar vínculos reais de confiança entre todas as partes.

A medicina diagnóstica dará, cada vez mais, espaço à medicina preventiva e preditiva. O envelhecimento da população demanda isso. Ninguém quer apenas viver mais, todos querem viver melhor. Como garantir isso é a pergunta que permeia todos os debates em torno do que esperar na área da saúde daqui a alguns anos.

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Quando pensamos em saúde digital podemos até pensar inicialmente em distância e impessoalidade. Mas quando pensamos melhor e lembramos que estamos falando de informações centralizadas, de acompanhamento contínuo, da consulta a um especialista que está longe, entre tantas outras possibilidades que a internet proporciona, a história muda.

Quem enxergar que a telemedicina é apenas o canal para um novo modelo de atendimento e de cuidado resistirá às mudanças que a realidade impõe. Mas quem pensar que se trata apenas de digitalizar uma operação deve parar no velho formato de recepções de hospitais lotados, de saúde diagnóstica, do tratamento acima da prevenção. Depois de anos subdividindo a medicina em áreas e especializações, chegou a hora de regressar ao princípio e ver o ser humano como um todo: alguém que quer ser cuidado, com todo e qualquer recurso disponível. Se ele é tecnológico ou não, é o que menos importa.

*Ana Cláudia Pinto, diretora médica da Nilo Saúde

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