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Do discurso à prática: quais os primeiros passos para uma empresa investir em saúde mental

Por Carolina Dassie
Atualização:
Carolina Dassie. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Desde o ano passado, estamos sendo impactados constantemente por notícias alarmantes sobre saúde mental. A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou um Código Internacional da Doença (CID) específico para o burnout (estresse crônico motivado por questões relacionadas ao trabalho), que estará vigente a partir de 2022, e também previu que a depressão seria a doença mais incapacitante do mundo agora em 2020.

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Muitos fatos já comprovaram a importância e o benefício de se investir em prevenção a doenças mentais. A cada U$$1 investido em tratamentos preventivos, U$$ 4 retornam em forma de produtividade e engajamento no trabalho, ainda de acordo com  a OMS.

Olhando para o recorte específico de ambientes corporativos, percebe-se a grande dificuldade de atuar preventivamente devido ao tabu relacionado ao tema. O estrago é indiscutível: para o próprio colaborador, para a corporação e para a economia como um todo. Doenças como ansiedade e depressão custam USD1 tri/ano para a economia global por causarem perda de produtividade dos trabalhadores.

Indiscutivelmente, a pandemia colocou um holofote no tema e, para as empresas que ainda não tinham em sua cultura a importância do cuidado com a saúde mental dos colaboradores, esse é o momento propício para que tal cuidado seja implantado.

Mas como fazer se justamente agora a situação financeira de muitas corporações é super desafiadora?

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Aqui vão algumas dicas de como começar esse movimento sem haver dispêndio de orçamento:

Escuta empática

Muitas vezes o que o colaborador precisa é simplesmente de empatia e escuta ativa. Sentar-se com frequência com os colaboradores, sem celular, só para escutar e acolher. Esta é uma ação de baixa complexidade e simples para que os líderes coloquem em prática. Atenção, é importante que essa ação esteja na agenda do líder para que seja feita com regularidade e que haja 100% de sigilo sobre tudo que for conversado. Isso criará um ambiente acolhedor e seguro para os colaboradores e será o início de uma cultura de espaço aberto para falar-se sobre saúde emocional.

Incentivar práticas sociais coletivas para trazer propósito no cotidiano dos colaboradores

Quando há ações em que os colaboradores atuam como um time, com um propósito comum de ajuda ao próximo, percebe-se não somente uma maior coesão do time mas também há comprovações científicas de que ações solidárias nos ajudam a estarmos mais saudáveis mentalmente. Que tal fazer uma campanha de doação coletiva para alguma instituição necessitada?

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Criar um ambiente de descontração e diversão no seu time

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Inserir momentos em que os membros da equipe interagem para trocar ideias e se divertir é importante para que as pessoas sintam que o ambiente de trabalho é agradável, para que possa haver o prazer rotineiro em se trabalhar. Mesmo durante a pandemia isso é possível virtualmente, vamos usar a tecnologia a nosso favor.

Pertencimento e reconhecimento

Elogie as tarefas bem executadas pelos membros do seu time, mostrando que todo o colaborador faz parte de uma engrenagem maior. Sentir-se parte do time, de uma entrega maior, é muito acolhedor e também colabora para a auto-estima e produtividade dos colaboradores.

Saber com quem contar

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Criar processos estruturados, para que o colaborador saiba para quem pode pedir ajuda caso haja necessidade traz grande segurança e conforto emocional.

Para que essas práticas sejam bem-sucedidas é importante que sejam feitas com constância e coerência. E, se os altos executivos estiverem embarcados nesse propósito de mudança cultural, tudo acontece com mais facilidade.

Mais de 50% das pessoas diagnosticadas com depressão não tem acesso ao tratamento adequado. Se, como sociedade, nos esforçarmos no cuidado preventivo, podemos colaborar para evitar esse percentual assustador.

*Carolina Dassie, fundadora e CEO da Hisnëk

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