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Dinheiro 'voou' da janela do presidente da Hemobrás, diz PF

Romulo Maciel Filho, alvo da Operação Pulso, teria ligação com organização que fraudava licitações da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, vinculada ao Ministério da Saúde

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Foto do author Fausto Macedo
Por Andreza Matais , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:

Rômulo Maciel Filho. Foto: Divulgação

O dinheiro vivo que "choveu" na manhã desta quarta-feira, 9, no Recife, durante a Operação Pulso, da Polícia Federal, saiu da janela do apartamento do presidente da Hemobrás, o economista Romulo Maciel Filho. A informação é da Polícia Federal. Quando os agentes cercaram o prédio, maços de notas de real foram arremessados janela afora, espalhando-se pela calçada e ruas próximas.

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Romulo Maciel Filho é um dos principais alvos da Operação Pulso, que combate esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos na Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), vinculada ao Ministério da Saúde.

Outro alvo é o diretor de Produtos Estratégicos e Inovação da Hemobrás, o médico Mozart Sales, ex-ministro interino da Saúde e criador do Programa Mais Médico - polêmica aposta do governo Dilma Rousseff para a saúde pública.

A PF ainda não contou quanto dinheiro 'voou' do apartamento de Romulo Maciel.

Com mestrado em Planejamento e Gestão de Políticas de Saúde pela Leeds Metropolitan University (1997) e doutorado pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IMS/Uerj), concluído em 2007, ele deverá ser indiciado no inquérito sobre fraudes na Hemobrás.

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A PF informou que Maciel Filho foi afastado do cargo.

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O diretor-presidente da Hemobrás está sob suspeita de envolvimento em um esquema de fraudes em licitações para beneficiar uma empresa.

Foram presos dois suspeitos, Delmar Siqueira Rodrigues e Juliana Siqueira Rodrigues, sócios da empresa que dava "cobertura" nos pregões eletrônicos.

A Polícia Federal informou que a Operação Pulso obteve o bloqueio de milhões de dólares em contas dos investigados em Angola, Miami, Nova York e Nassau, nas Bahamas.

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Foram mobilizados 170 policiais federais para cumprir as medidas previstas nesta fase da Operação Pulso, que recai sobre ilícitos em diversas licitações e contratos de logística de plasma e hemoderivados e na obra de construção da fábrica em Goiana, Pernambuco.

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A Hemobrás tem a missão de alcançar autonomia tecnológica na produção de medicamentos derivados do sangue necessários para abastecimento de pacientes da rede pública de saúde brasileira. Durante a operação, segundo a PF, percebeu-se que inúmeras amostras de sangue coletado que deveria ser transformado em medicamentos contra a hemofilia e outras doenças deixaram de ser fabricados em virtude de ter sido armazenado de forma inadequada tornando-se inapropriado para a produção dos medicamentos.

Os delitos investigados são peculato, corrupção passiva e ativa, fraude à Lei de Licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

COM A PALAVRA, O MINISTÉRIO DA SAÚDE

"O Ministério da Saúde considera inadmissível qualquer uso inadequado e irregular de recursos públicos, sobretudo quando se trata de desvios de verba da saúde, impactando na vida de pacientes e familiares. Até o momento, a pasta não foi notificada da Operação Pulso da Polícia Federal, deflagrada nesta quarta-feira (9). Em todo caso, o Ministério da Saúde está buscando conhecer o objeto da investigação para que, então, possa adotar qualquer medida que seja necessária. Também se coloca à disposição das autoridades policiais para contribuir com as investigações."

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