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Desmaterialização, integração e segurança alavancam a transformação digital exponencial na pandemia

Por Luis Alberto Ortiz
Atualização:
Luis Alberto Ortiz. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A Transformação Digital, em qualquer de suas definições, foi acelerada a um nível exponencial em todos os setores e cadeias produtivas por conta da pandemia. Os exemplos são muitos: a adoção planetária do trabalho remoto onde possível, o crescimento vertiginoso das transações de comércio eletrônico, a oferta de serviços de forma virtual, a redução drástica nas viagens de negócios,  a reflexão geral sobre a necessidade da presença física. Itens de uma longa lista que deixa claro que o mundo mudou, e que muitas dessas mudanças serão permanentes.

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Barreiras e dúvidas foram deixadas de lado e abraçou-se a Transformação Digital de forma exponencial, embora o processo tenha sido fruto, na maior parte dos casos, não de uma escolha consciente, mas da necessidade. Tornou-se uma condição necessária para a sobrevivência de grande parte das indústrias e segmentos. As características desse mundo atual, o "novo normal", demanda uma transformação impulsionada por três alavancas: a desmaterialização, a integração e a necessidade de segurança.

Nesse período de distanciamento social, a desmaterialização surge como prioridade. A maior parte dos processos busca se livrar dos meios físicos: cartões de crédito, carteirinha de planos de saúde, documentos oficiais de identidade e, principalmente, papel, seja nota fiscal, receita médica, recibos de pagamento, extratos ou boletos bancários, contratos. Muitos exemplos de desmaterialização inteligentes estão disponíveis, como o uso de realidade virtual e realidade aumentada para a experiência de provar roupas ou visitar um imóvel. Carteira de habilitação e licenciamento de veículos passam a ser apresentados pelo celular e outros documentos são assinados com o uso da biometria. Na área da Saúde, a teleconsulta e a prescrição eletrônica se tornaram os exemplos mais emblemáticos.

A segunda alavanca é a integração entre as cadeias produtivas, tornando-se cada vez mais cadeias virtuais, como se formassem uma única, por meio da interoperabilidade. A jornada do paciente é um grande exemplo: hoje ele agenda uma teleconsulta pelo celular, usa um token no aplicativo do plano de saúde, entra na consulta e é reconhecido biometricamente. O médico já tem as informações no prontuário eletrônico e acesso aos exames recentes. Após a consulta, faz a prescrição de exames e medicamentos eletronicamente, que podem ser comprados nas farmácias on-line com o desconto do plano de saúde. O exames são agendados de acordo com a geolocalização e o check-in digital é realizado no dia também por meio da biometria, com envio de orientações pelo celular.

Muitas dessas tecnologias já existiam antes da pandemia, porém não eram integradas para serem aplicadas em grande escala. Com o aumento do números de usuários, no entanto, é igualmente crescente a demanda por segurança, com mecanismos que são continuamente desenvolvidos para mitigar riscos de fraudes, interceptação de dados, entre outros crimes virtuais. É fundamental certificar que as pessoas são quem dizem ser, que as transações eletrônicas sejam registradas de forma inequívoca e verificável por quem precisar fazê-lo. A biometria surge novamente como ferramenta essencial, assim como certificações digitais, utilizadas massivamente por juízes e advogados em processos na Justiça, e passam a ser requisitos para a validação de prescrições médicas.

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A Transformação Digital Exponencial chegou e não se resume apenas à adoção de novas tecnologias. Trata-se de repensar as cadeias produtivas, os hábitos de consumo, a sustentabilidade, e o momento é oportuno para a revisão desses valores.

*Luis Alberto Ortiz, CIO da Orizon

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